segunda-feira, 30 de março de 2015

As pequenas causas e o mendigo K...

Na semana passada encontrei o mendigo K na portaria do TJDF, conhecido mais por "inferno de pequenas causas". Levava uns papéis enrolados sob o braço e nos olhos toda a cólera do mundo. Ali naquele Juizado ou Fórum de pequenas causas se pode encontrar os mais legítimos representantes do lupemproletariado e pessoas que estão brigando judicialmente durante anos por migalhas, misérias e por assuntos os mais indignos. Duas senhoras de uns cinquenta anos - por exemplo -  se enfrentavam pelo desaparecimento de um soutien de um varal coletivo. Um homem de muletas dizia que lhe roubaram a dentadura. Duas jovens, acompanhadas pelos devidos pais queriam provar que ainda levavam o hímem no meio das pernas e etc. Quanto ao mendigo K havia sido convocado lá, por uma das excelências engravatadas, para dar explicações sobre o local de mendicância, já que alguém o havia acusado de ter invadido a área de um colega etc. E todos amontoados numa sala imensa com detectores de metais, guardas, bebedouros, ar condicionado, computadores, todo mundo se chamando de doutor. 

Antropologicamente, claro, foi uma "viagem"estar lá, mas como é duro admitir que se faz parte dessa ralé! Desse circo! E dessa condição humana abominável! Depois de estar umas duas horas lá dentro ouvindo falar em petições, audiências, indenizações, e etc, saí para tomar um fôlego e sentei-me num degrau ao lado do mendigo que, com um pequeno pedaço de lápis rabiscava alguma coisa numa espécie de agenda. Como ele sabia que eu frequentava um cardiologista e que havia feito uma ablação me perguntou:
- Ablação? Mas isto não é a retirada do clitóris? Que porra é essa?
Claro que ele se referia à mutilação que sofrem as meninas em alguns países muçulmanos e etc que também é conhecida por ablação.
Coloquei os óculos para ver o que escrevia e ele foi adiantando: estou fazendo uma relação das experiências emocionalmente mais marcantes em minha história de andarilho. Fui lendo, apesar de grande parte dos textos estarem abreviados:

1. A vez que ainda adolescente, fui preso no Paraguay por estar mijando numa pedra que, soube depois, era um monumento pátrio.
2. Os 12 dias no Navio Giulio Cesare, repatriado para o Brasil;
3. Uma sopa de batatas à beira do lago de Titicaca numa noite de Natal;
4 A subida a pé pelo antigo caminho dos Incas até o alto de Machu Pichu;
5. Os anos vividos na Cidade do México. Isla Mujeres, o deserto imenso na rota para os EEUU... A águia com uma serpente no bico pousada sobre um cactus.  Los temblores de tierra! O vulcão de Popocatepetl vomitando cinzas... O novo presidente da república gritando pela janela do palácio: Viva México Mierda!
6. A praça Coyoacan e seus vendedores, não muito distante de onde assassinaram a Trotski com uma machadada...
7. A sopa Azteca nas madrugadas...
8. O campus da UNAM... O grupo de voluntários que foi à Nicaragua ajudar a derrubar Somoza...
9. O grupo de anarquistas (desconhecido) que chegou em minha casa quase de madrugada para que eu lhes fizesse um café...
10. A Marie Langer fumando durante as sessões... 
11. Os indígenas marchando à noite pela universidade, com tochas acesas... Uma serpente em Chapultepec... Algumas horas perdido no bairro de Chalco e com um carro com placa do Texas... Meu gato parecido a uma pantera...
12. O nascimento de meu filho mexicano... Depois o filho brasileiro...
13. Os hotéis clandestinos nos arredores do Palácio de Belas Artes...
14. As noticias da ditadura no Brasil...
15. Barcelona. O flamenco... El Raval... Na Universidade ou vendendo prata nas calçadas de Ramblas... O chiado da tranvía... O barrio Chino... As exposições de Miró. Um copo de vinho e uma tortilha antes de embarcar no último vagão do trem repleto de ciganos clandestinos...
16. Os Pirineus e as idas à zona franca de Andorra...
17. A neve nas vidraças de um apartamento vagabundo. O frio nas madrugadas...
18. O mar azul lambendo as areias de Ibiza... Formentera...
19. Cioran traduzido e publicado pela Taurus...
20. O repiquetear de uma velha máquina na conclusão de uma tese inútil sobre Wilhelm Reich...
21. Os dias de sol com os filhos às costas... e um pacote de tâmaras recém chegadas da Tunisia...
22. O avião sobrevoando a cidade do Cairo antes do amanhecer...
23. A insônia dentro de um saco de dormir num porão de Jeruzalém...
24. O navio entre a vida e a morte da Ilha de Patmos a uma cidade turca...
25. As quatro portas do Bazar de Istambul...
26. As montanhas da Sardenha e a casa do autor de Pai patrão...
27. Uma ciganinha de dez anos que tentou roubar-me a carteira na Estação Termini... Veneza com sua solidão levitando por sobre os canais... 
28. A India... Benares com seus crematórios ao lado do Ganges... Os leprosos me estendendo as mãos mutiladas... As vacas sagradas... Os gurus pelados pelos becos...
29. Katmandu. O avião pousando com dificuldade. Crianças nos arredores da pista. A lama, a tuberculose quase generalizada. A fé inútil... os macacos sagrados... e ao fundo de tudo o velho Himalaia... Um adolescente indiano querendo vender-me um punhal. A escuridão das ruas depois das 22 horas. A câmera fervendo de tanto clicar... Os alimentos contaminados. As diarréias... Os sininhos à Buda e a Kali...
30. As Medinas do Marrocos, Tanger, Marrakech, Casablanca... E pela manhã os cânticos vigorosos saindo do alto dos minaretes... As miragens do deserto... As Dunas de Merzouga...
31. A China. As máfias de Hong Kong. Uma travessia arriscada para Macao. O cassino. As pegadas dos portugueses que ainda estão por lá... Os riquixas me transportando de um lado a outro, sem o mais mínimo destino... Beijing com toda sua imensidão... Shangai... O fim ou o começo do mundo?... Ufa! Londres, Praga, Paris, a Bolivia, Havana, o panamá, Cartagena... 
Enquanto ia lendo para si e para mim em voz baixa ia suando, fazendo alguns ajustes e exibindo fotos descoloridas e aos pedaços de lugares tenebrosos onde teria vivido. Lembrava o nome e o país de cada um...












Alguém apareceu na porta do prédio das "pequenas causas" e chamou pelo seu nome. Não o vi mais.


domingo, 29 de março de 2015

Os neurônios e os "benefícios" de um baseado...



Niemeyer vive, Viva Niemeyer...

  

Em breve Brasília terá outro monumento em seu Eixo Monumental,projetado pelo defunto Niemeyer. Como se via escrito nos muros de Buenos Aires lá pelos anos 60: Evita vive! Niemeyer também vive! Viva Niemeyer! Agora será o Memorial Liberdade e Democracia Presidente João Goulart.Os mesmos que o mataram é que estão pagando o cimento, a argamassa e os tijolos! Pura demagogia! Mas o pior nem é isso, o pior é que, pelo que se vê nas imagens abaixo, será um monumento tão repetitivo, tão esdrúxulo, impróprio e insalubre como o é o Museu da República. Confiram:



Como diria meu amigo baiano: Vá f.... outro!

sábado, 28 de março de 2015

Saudosa maloca....

"Ressuscitando" Campos de Carvalho...

Conforme vou avançando na obra de Campos de Carvalho mais aumenta a minha indignação com o silêncio e com a indiferença a que se condenou seus textos geniais. Numa nação minimamente séria, o Estado (com seus lacáios), as universidades (com seus pavões), a máfia editorial e a velharada da Academia de Letras seriam processados e condenados por tamanha cretinice. Inclusive os mineiros, que se consideram culturalmente a última maravilha do mundo, como é que foram deixar esse uberabense ser jogado na fossa do anonimato e do esquecimento? Tudo isso nos prova que a pior censura não é a dos crápulas fardados e nem da sempre asquerosa burocracia, mas sim a da turba cult e esclarecida.
E, por ai, nas nossas escolinhas de merda se continua falando demente e obsessivamente em Monteiro Lobato,  José de Alencar, de Lins do Rego, de Machado de Assis e de outros malandros cuja obra, ao lado da de Campos de Carvalho deixa até de ter existência.... Minha amiga, doutora e professora de letras me afirmou categoricamente que no país apenas sete ou oito gatos pingados sabem da existência desse escritor e que inclusive, quando morreu (10 de abril de 1998 em SP) os bostas da imprensa cult não deram mais do que duas palavras sobre o assunto. Quê porra de gente é essa?
Para conhecimento de quem não conhece, reproduzo abaixo alguns fragmentos de duas de suas obras:

1. "O que eles não compreendem é que uma coisa é o estômago e outra é a consciência, ou se tem ou não se tem, não se apaga uma alma como se apaga um fósforo ou mesmo um incêndio, cada um sabe o que lhe vai por dentro, o resto é demagogia..."

2. "Há toda uma tragédia rugindo por entre as nuvens e pedem que brinquemos de criança porque é o dia de Pentecostes...?"

3. "Essas crianças de hoje só pensam em fazer outras, de transviadas mesmo é que não têm nada, todos os caminhos levam a Roma e à fornicação, ou então me mostrem outro mapa..."

4."Tudo são buracos, dizia um velho professor de vernáculo, hoje num deles..."

5. "Meu habitat nada tem a ver com este universo em que respiro, seria o mesmo que confundir a luz e a sua lâmpada, o morto e o que foi e continua sendo a sua consciência: por trás destes óculos existem o troglodita e o seu tataraneto, e o tataraneto do seu tataraneto e ainda o meu bisneto e o seu bisneto, até o homem das cavernas do século XXX..."

6. "Por nossas veias corria o esperma em vez de sangue: ceifavam-se muito mais vidas sob nossos testículos do que nas fileiras inimigas...

7. A filha-noiva  da dona da pensão masturbava-se com todos os dedos, de dia tocava umas valsas dolentes no piano, uma tarde me ofereci para tocarmos a quatro mãos, molhei-me as calças: o noivo presente..."

8. "A hora melhor para vir ao jardim é qualquer hora - contanto que não se olhe para a flores. Não tenho afeição nenhuma às flores, parecem-me mesmo próprias mais para defuntos: trescalam em excesso e dão demais a idéia de nossa efemeridade..."

9. "Foi-se o tempo em que a inocência tinha um metro e pouco de altura, eu é que não vou nessa conversa: a filha do delegado tem pouco mais do que isso e eu que o diga! A inocência, minhas senhoras meus senhores, ou morre-se com ela ou então é que ela nunca existiu; isso de corrupção de menores é tão crime quanto a corrupção de maiores, e não se faz outra coisa desde que o mundo é mundo. Acredito mais na inocência de uma avó do que na de mil netos - só que a avó não me interessa..."

10. "Dize-me com quem andas ou te darei um tiro!"

11. "O tamanho de um homem é o do seu caixão (...)Aqui somos todos aspirantes a defunto...

12. "Às vezes copulava-se na própria terra, um buraco cavado com os dedos, o indicador ou o médio, os dois, conforme o diâmetro: o diabo era a sensação de incesto que não se podia evitar: a tal da mãe pátria..."

13. "Cada bala deveria trazer o nome de seu herói..."

14. "Subo-me aos ombros para atravessar essa vau de silêncio, já me aconteceu antes e não acordei depois, é uma espécie de levitação sem o corpo, estou mais alto do que o velho e a sua torre: desabarei sobre mim como um castelo de cinzas..."

15. "Onde fica o mictório nesta...: é sempre lá no fundo? Não mudam nunca, até parece que existe uma convenção a esse respeito, é sempre de costas para a rua, a gente tem que urinar para cima para não acabar urinando no bolso..."

16. "Na hora da morte é preciso que haja ao menos um espelho em frente, para que a gente não se sinta terrivelmente só..."

17. "Sinto asco das coisas mas ao mesmo tempo certa piedade, é como se tudo e eu fizemos parte de um só mundo, perdido e sem esperança, porém inocente, Isto não me impede de urinar sobre o que deva ser urinado, muito pelo contrário..."

18. "Hoje à noite venho urinar nesta porcaria, para ver se ao menos nasce uma flor..." 

19. "O dinheiro que você ganha aí no Brasil não dá nem para andar a pé aqui na Europa (aliás o que mais se vê aqui é turista com mochila às costas e cantil a tiracolo: devem ser milionários sul-americanos) e não adianta querer tirar fotografia com o museu do Louvre ou o Big Ben ao fundo se a barriga está roncando de vazia..." 
(Textos extraídos de Vaca de nariz sutil e Cartas de viagem)

quinta-feira, 26 de março de 2015

A pedido: revogada a decisão anterior....

Está em andamento na Universidade de Brasília o banimento de todos os vendedores, comerciantes, livreiros e etc que estão instalados nos prédios do Campus.
Há uns 20 anos atrás numa reunião com o então reitor Cristovam Buarque e um alto funcionário do MEC quando se discutia a mediocridade que devorava as universidades, sugeri que ela fosse transformada  aos poucos numa espécie de Mercado Persa... Lojas de tapetes, candelabros, sedas, pergaminhos, bijuterias em ouro falsificado e em prata de primeira qualidade, peles de animais exóticos, bailarinas, violinos ciganos, (mais lutiers e menos doutores) os alunos chegando em carruagens etc., e que a arquitetura moderna, fajuta e vagabunda do Le Corbusier e do Niemeyer fosse derrubada e construído em seu lugar algo no estilo do Kasbah de ouarzazate onde a cada esquina  haveria tendas de livros usados de todo o planeta e em todos os idiomas... e que as inúteis monografias de fim de curso fossem substituídas por uma viagem  do formando ao redor do mundo, paga pelo departamento ao qual o aluno pertence. Ao invés de uma monografia estéril, um relato de viagem, fotos, mapas, raridades culturais e etc.,,
Enquanto eu apresentava meu "projeto" os dois senhores se olhavam tentando adivinhar em que classificação do DSM eu poderia ser enquadrado. E não aconteceu nada. Nesta duas décadas tudo se agravou ou, na melhor das hipóteses foi maquiado e seguiu igual. O Chiquinho - por exemplo - que é um dos mais antigos e mais competentes livreiros da cidade, que veio do Piauí num Pau de Arara e que já deveria ter se transformado em decano cultural, corre o risco de ter que pegar suas trouxas e fazer o caminho de volta... Percebem como as pérolas se escasseiam e os porcos se multiplicam. E os mestres não se cansam de Repetir Spinosa, Santo Agostinho, Skinner, Freud, Foucauld e Bachelard... Só palavras de efeito, só livros, apostilas pirateadas, só repetições inúteis, quando as comidas cheias de bactérias servidas por lá poderiam ensinar mais aos alunos em uma tarde de diarréia do que todos os cinco anos de laboratório. Quando é que se verá alguém, do alto de sua cátedra, falando em Gurdieff, em Cioram, em Nicolò Amati, em Malatesta ou em Campos de Carvalho? E por falar em Campos de Carvalho, na p. 43 de seu livro A vaca de nariz sutil ele escreve: "Ali a biblioteca pública; muito bem! Dizem que não há virgem na cidade, pois esta é uma delas, a última. Que me lembre, ali nunca entrou ninguém, a não ser o bibliotecário - e de cara sempre amarrada. Aliás nos livros só se aprende o que não se conseguiu aprender na vida, ou seja, nada." E mais: "quem não tem tempo para escrever um livro não deve lê-lo"...

Obs: A respeito do avião que despencou nos Alpes, sempre que viajo num desses monstros voadores, gosto de ficar no portão de entrada até o último momento para ver a cara da tripulação. E não foram poucas as vezes em que desisti de viajar quando intuí que o capitão ou mais de um piloto tinham pinta de psicopatas, maníacos depressivos, suicidas em potencial ou coisa parecida e que a aeromoça chefe era portadora de um transtorno de personalidade paranóide... E o pior é que não existe psicólogo ou psiquiatra que possa diagnosticar a tempo nenhuma dessas tendências...

Sem me embrenhar em nenhuma religião, e sem querer ser mais pessimista que o Eclesiastes, estou cada dia mais convicto que somos uma espécie maldita e que estamos condenados a desaparecer em bloco deste pobre planeta...

sexta-feira, 20 de março de 2015

Sinceramente, enchi o saco deste blog. Além do que, neste período, acabaram-se as pérolas e multiplicaram-se os porcos. Foram inúmeras as pessoas que me sugeriram esse caminho, mas o estou retirando do ar com a mais absoluta liberdade e vontade pessoal. Por problemas burocráticos ainda estará aqui até a próxima segunda-feira. Arrivederci!

Parodiando (imitando) a Lacan, que se atreveu a fazer a releitura de Freud eu, ainda nesta noite de sexta-feira (20) iniciarei a releitura de Alice no país das maravilhas, da Branca de neve e seus anões e da obra completa do Pato Donald.
 

Como apoteose (ponto final), cito aqui um fragmento da obra estupenda de Campos de Carvalho em seu livro Cartas de viagem: "Os gregos só não foram sábios porque não chegaram a conhecer a bicicleta"(p 108) Editora José Olympio. E também uma música que atormentou e iluminou a minha infância. 

Obs: é evidente que, durante a breve existência deste blog, as quase 200 mil visitas anônimas fizeram muito bem para meu narcisismo...

 

quinta-feira, 19 de março de 2015

O Miró do Duque...

Hoje, 19 de março, enquanto caía uma quase tempestade sobre a cidade, confinado no meio do trânsito, ouvia pela rádio da Câmara  os 400 e tantos "achacadores" - adjetivo que lhes cunhou o ex-ministro da educação -  interpelando um senhor acusado de corrupção e conhecido por Duque. Com um toco de lápis ia anotando, entre as centenas de surrealismos, os que mais me impressionavam.
Segundo a fala dos "achacadores", o Sr duque usou 1 milhão das propinas do Petrolão só para cuidar da saúde (da própria, lógico); tinha um Miró no porão de casa, uma vida de nababo e etc etc..
Tinha um Miró no porão de casa? E daí? Um Miró! Ora, mas o que é um Miró? Sem nenhuma demagogia, não trocaria o frango com quiabo que está fervendo em minha cozinha por praticamente nenhuma de suas obras, estejam elas no Museu de NY, no de Paris, no do Japão ou nas garagens de nossos gatunos conterrâneos. Sei que para as máfias que administram o mercado das artes não há dinheiro que pague uma peça desse famoso catalão. Aliás, apesar de meu conhecimento sobre arte ser igual ou inferior ao de meu cachorro o conheci pessoalmente quando vivi em Barcelona. Ele com mais de 80, eu com menos de 30. Quando me convidavam para ir novamente a uma Exposição do Miró eu desconversava e preferia ir comer uma paella com as putas do Barrio Chino....
E o milhão que o tal Duque gastou com a saúde? O que teria feito em seu pobre e gorducho corpo? Trocado os bagos? Retirado uma unha encravada? Feito um transplante? ou trocado o cérebro? Sim, sem gozação, conheço um poeta que trocou o cérebro inteiro pelo de um jumento... e, para que vejam como nossa medicina está avançada, deu tudo certo...
A maneira e a pressa como lidam com o tempo naquela casa também é algo fora do comum e que me da ansiedade. Apenas um ou dois minutos para cada "achacador" falar sobre seu projeto, seus sonhos, suas emendas, a transposição do Rio São Francisco etc., é uma indignidade.
Mas o que mais me impressionou mesmo, foi a dificuldade de praticamente todos harmonizarem em suas falas o singular com o plural. O que aconteceu, afinal, com o pobre do S nesta Pátria Educadora?

domingo, 15 de março de 2015

SOMOS MÁS, MAS PODERÍAMOS SER MUITO PIORES...


Escritos por duas mulheres, tanto o Holocausto Brasileiro, que trata do terrível hospício de Barbacena como este de Wendy Lower (As mulheres do nazismo) que esclarece a participação ativa feminina na crueldade do nazismo são fundamentais para lembrar do que nossa espécie é capaz e, principalmente, que a mulher não é aquela santinha idealizada como a Lei da Penha e os babacas do mundo masculino insistem em acreditar.... Leia, mas sem perder o tesão e nem a ternura...

quarta-feira, 4 de março de 2015

A moralidade cristã é psicopática...

CLUBE DO CARIMBO - Vai um HIV aí?


RIO - Denominado de “Clube do Carimbo”, um grupo de homossexuais soropositivos se reúne em sites para passar dicas de como transmitir Aids para outras pessoas. A premissa é que se todos tiverem a doença, ela não será mais um problema social. Junto com isso, a prática do bareback, o sexo sem camisinha, misturado com uma dita sensação de aventura faz com que as “carimbadas” aconteçam mais e já se tornem um problema de saúde pública.
GRUPO LGBT CONDENA PRÁTICA DO CLUBE DO CARIMBO
Recentemente, um blog que pregava essa prática foi retirado do ar. O “Novinho Bareback” teria sido o local onde foi criado o dito clube. A página trazia fotos e vídeos que mostravam relações sexuais sem preservativo e trazia dicas para a transmissão da doença sem a anuência do parceiro sexual. Mesmo que desativado, as instruções se disseminaram como um vírus pela Internet. Em um dos sites visitado pelo GLOBO, o autor enumera passo a passo de como criar mecanismos para “carimbar” as novas vítimas. Autodenominados de “vitaminados”, os portadores do vírus que pregam a prática on-line também sugerem as melhores épocas do ano, como as férias, para conquistar mais vítimas.
Neste primeiro site visitado pelo GLOBO, após enumerar cinco passos com técnicas para transmitir a doença (com ou sem preservativo), o dono da página afirma que:
“Este texto é só uma ideia. Comentado nacionalmente e internacionalmente, um fato que ocorre e que não quer dizer que eu faça isso. Praticar sexo bareback (sem camisinha) não é considerado crime, o que é crime segundo os artigos 130, 131 e 132 do código penal brasileiro, é uma pessoa transmitir doenças sexualmente transmissíveis para outra (com provas concretas), a pena para esse crime é de 3 meses a um ano de cadeia”.
Entretanto, o Código Penal brasileiro deixa claro que a simples exposição, tal como enaltecida na postagem, já é crime.
“Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave”, afirma o artigo 132 da legislação.
Em outro site visitado, os praticantes chegam a marcar encontros em casas noturnas para sexo em grupo de forma que alguns possuem a doença e outros não. Os que não possuem são divididos entre os que sabem que correm o risco de transmissão, chamados de bug-chasers, e os que não possuem ciência disso. Em comentários de outros usuários do site, as orgias mescladas são chamadas de “roleta russa” do sexo.
Segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, a Aids avança tanto entre homossexuais quanto em heterossexuais. Entretanto, o aumento de infectados entre os gays é bastante superior. Em 2003, eram 4.679 novos casos por ano. Atualmente, são 6.043 soropositivos diagnosticados anualmente.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/clube-do-carimbo-soropositivos-pregam-tecnicas-de-transmissao-do-hiv-de-proposito-15406286#ixzz3TS4Jq9xZ
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segunda-feira, 2 de março de 2015

Decifra-me ou te devoro...

Todas as manhãs passo  em frente a essa parada de ônibus que fica nos fundos da Biblioteca Central da UnB e, como sempre desconfiei do idioma lusitano fico intrigado com a frase que alguém rabiscou nela. Não consigo saber de que se trata. As palavras "pleiade" e "correição" me confundem. Pleiade, tudo bem, mas correição!... Quem a teria escrito? Um aluno do Direito? Da filosofia? Das matemáticas? Ou um poeta? Na página 483 do Novo Aurélio está lá: Correição = ato ou efeito de corrigir. E  na página 1346 a palavra plêiade = cada uma das estrelas do aglomerado das plêiades ou também reunião de sete pessoas ilustres. AFINAL SOMOS A PLEIADE OU A CORREIÇÃO? Entendeu alguma coisa? Eu não!
Como nos lembraria o Diego Tardivo ou o Cioran: “O momento em que pensamos ter compreendido tudo nos dá um ar de assassinos.”