Aqueles que achavam que não tinham mais nada que aprender com os gregos terão que rever suas teses. Que abismo entre a passividade de nossa juventude tupiniquim e os jovens incendiários de Atenas! Lá, um único adolescente assassinado e o Kaos. Aqui, nem a monstruosidade dos quinhentos e trinta homicídios, só no DF e nos primeiros meses do ano, foi suficiente para arrancar alguém da monotonia. Nenhum pio, nenhuma manifestação, nada, apenas o peso de um silêncio ignóbil entremeado pela verborréia das autoridades e pelas justificativas dos vigaristas de turno. Enquanto a juventude grega se incendeia e se revigora, a nossa envelhece em seu cotidiano noir perdida em ilusões pueris, em filas para concursos, berrando fanática e bestamente nos botecos, nos estádios ou nas igrejas, exatamente como seus neuróticos e melancólicos avós.
Ezio Flavio Bazzo
terrorismo da propaganda e do marketing? é aterrorizador pensar que nossa geração, com qualquer idade estejamos no momento, não tenha nenhum peso na história. os únicos propósitos ou lugares são os dos reality shows, do "brasileirão", dos seriados da tv à cabo, das revistas veja e época, dos merchandaises que giram em torno de tudo isso. o que antes era subversivo, hoje se compra em lojas. mesma com toda a segurança - polícia ou força nacional - tudo está feito para que a juventude se sinta insegura. porquê? pela imperiosa sensação de que tudo já foi feito? ou, de que outros tentaram e falharam? ou ainda... porque daria certo conosco? pois é, a juventude já está aposentada. autonegada. neopuritana. convenientemente autoenganada. com medo do risco. armada contra maravilhosos imoralistas e aventureiros. ansiosa por dencanso. e pior! acreditam que a submissão é um benefício que a salva da selvageria.
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