Quem achava que a subserviência do governo era apenas aos banqueiros está surpreso ao ver que é também aos fabricantes de automóveis. O valor de recursos colocados à disposição da indústria automobilística privada só não é mais escandaloso que os 25 milhões previstos para a reforma da Catedral de Brasília. É quase inacreditável que um país que ainda não dispoe sequer de saneamento básico; que não tem transporte coletivo; onde quase todos seus produtos agrícolas são envenenados por agrotóxicos e que vê sua população despencando vertiginosamente na indigência social e mental dê tanta importância a essas latarias velhas que infestam nossas cidades. São essas medidas arbitrárias que fazem qualquer um compreender que o Estado não é apenas aquele monstro descrito por Hobbes, mas também a encarnação da estupidez mais abjeta.
Ezio Flavio Bazzo
será que o estado é mesmo irreversível? será ele a melhor invensão da humanidade? será o estado algo final e insuperável? e para além dele existe vida? a própria etimoligia da palavra monstro nos aponta algo: "monstro" é aquele que mostra. portanto, o que o estado nos mostra, para além dessa "encarnação da estupidez mais abjeta"? talvez nossa postura relaxada de estarmos sentados diante de tudo; talvez nossos picos de fortes exaltações e profundas depressões frente as intrigas da corte; talvez a crença de que nossa submissão dentro da hierarquia social é um reflexo do universo; talvez... que tal uma boa dose de titanismo?
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