quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Fé, obesidade e misoginia


Sem estar de maneira nenhuma querendo fazer apologia daquelas mulheres esqueléticas e anoréxicas que a mídia tanto gosta de exibir, a verdade é que a quantidade de obesas que tenho visto mesmo aqui no sertão tem me causado certo broxeamento mental. Das vinte e tantas que fazem parte de uma excursão e que estão hospedadas no mesmo hotel que eu, - por exemplo - apenas duas ou três não estão além dos noventa quilos.


As beatas que freqüentam diariamente as missas e mesmo as mendigas da Igreja Nossa Senhora das Dores, vejam como é grave, estão mais ou menos na mesma média. Na fila do mercado, hoje à tarde, prestei bem atenção, a grande maioria tinha um traseiro, umas coxas e umas tetas de causar espanto, sem falar dos conhecidos e famosos pneus tanto no abdômen como nas costas.

O que estaria acontecendo com esse gênero? O que estaria por detrás dessa compulsão por comida? A resposta, seja ela qual for, parece não ter eco. O problema é que ficar muito tempo exposto a um cenário destes é dar chances para que comecem aparecer em nós os primeiros rugidos da decepção e até da misoginia.

Ezio Flavio Bazzo

Um comentário:

  1. nós, os escopofólicos e voyers, estranhamente acossados na sociedade da visão e da vaidade. por aqui se mostra tudo sem vermos nada. mulheres com abdômem e bíceps masculinos; mulheres com mais dobras que um shar pei (aquele enrugado cãozinho chinês); mulheres só o osso; homens pit-bulls, homens sem pêlos, homens com barrigas de cerveja e pêlos nas costas; quanta diversidade de corpos, porém nenhuma sedução. honrosa e maravilhosa aura do tesão apagada. ossos, músculos, pêlos, rugas e banhas podem ser extremamente excitantes. mas, cadê? parece que houve uma abdução coletiva da libido. nenhuma volúpia ou lascidão. apenas transcendência dos corpos. pós-sexualidade. monogamia exemplar entre a misoginia e a androginia. será que conseguiram separa a liberdade da libertinagem? infelizmente, parece que sim...

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