sábado, 17 de janeiro de 2015

E se amanhã o aviso for de falta de oxigênio?



"O yo o el caos"

Quando desci para a garagem para fotografar este aviso, os moradores se apinhavam diante dele e amaldiçoavam todas as formas de burocracia e de governos. Uma senhora com mais de 3/4 de século confessava que previne-se enchendo não apenas as chaleiras e as panelas, mas inclusive os penicos. Penicos: na minha casa materna havia pelo menos uns doze, um ou dois brancos e esmaltados em baixo de cada cama, e ficavam ali até que, pela manhã, as "camareiras" aparecessem para lançar seu conteúdo pelas janelas com a mesma singeleza que se fazia na Idade Média e que se faz ainda hoje no centro de Katmandu.
Mas voltando a falar sobre a falta d'água, (que amanhã poderá ser de oxigênio) se até o Lago Baikal com 25 milhões de anos, instalado lá nos confins da Russia ao lado da Transiberiana está minguando que se poderia esperar de nossas toscas e improvisadas cisternas? E pensar que em minha infância havia nascentes, córregos, pequenos rios, fontes murmurantes e pessegueiros por todos os lados...
Mesmo eu que tenho inúmeras e sérias restrições à vida e ao planeta, sinto uma leve melancolia ao imaginá-lo, no porvir, transformado num pedregulho frio, deserto e solitário vagando tresloucado por entre as galáxias...

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Abajo la muerte....


Noticias do inferno...

Euripides estava equivocado quando escreveu que "aqueles que Zeus quer destruir ele começa por torná-los loucos". Não! Sobre aqueles que Zeus quer aniquilar ele manda um calor como este que está fazendo neste momento em Brasília... Em busca de algum consolo os sabiás dão rasantes nos esgotos que correm junto aos meio-fios, as pombas jazem de asas abertas à sombra do concreto, os velhinhos fazem fila nas emergências dos hospitais, as árvores, mesmo as acostumadas ao cerrado esmorecem e despencam em direção à terra fervente, e milhares e milhares de idiotas circulam por aí em seus automóveis com o ar condicionado a todo vapor.... Mas não há remédio! Até os pneus das carroças derretem no asfalto e as ferraduras dos cavalos faiscam.... Um soro, um barril de água, - pelo amor de deus -  uma novena de emergência às divindades dos temporais e dos dilúvios ou até mesmo um desmaio (esse recurso cretino de nosso corpo)... Que porra é essa? JK, Niemayer, Lucio Costa e outros irresponsáveis ainda terão que prestar contas aos milhões e milhões de desidratados por terem edificado esta urbe no meio deste inferno.... E, por falar em inferno, muita gente que conheço ainda passa horas rezando para, depois da morte "não irem para o inferno!" Ora, mas o inferno é aqui!
Aliás, e como o ex governador deu o calote nos garis, a capital da república ficou vários dias decorada e enfeitada de lixo o que fez migrar para nossas casas um batalhão de mosquitos que, com esse calor, se lançam sobre nossas veias como vampiros...

Obs: esqueci de mencionar que passei o último dia do ano no templo budista aqui da cidade com a vão ilusão de em plena madrugada beliscar alguma iguaria japonesa e de participar do folclore das 108 badaladas no imenso sino que há lá. Antes da "festa" um monge explicou que as 108 badaladas são, simbolicamente, as 108 ilusões das quais devemos liberar-nos. Ora! Se soubesse que não tenho mais nem 8, seria capaz até de proclamar-me a última  reencarnação do Bodhidarma...

Tudo está perdoado...


domingo, 11 de janeiro de 2015

Outros olhares sobre a tragédia de Paris...

Não sou Charlie Hebdo

DAVID BROOKS

É um bom momento para adotar uma postura menos hipócrita em relação às nossas próprias figuras provocadoras

Os jornalistas do Charlie Hebdo são aclamados agora justamente como mártires da liberdade de expressão, mas sejamos francos: se tivessem tentado publicar seu jornal satírico em qualquer campus universitário norte-americano durante as últimas duas décadas, não teriam durado nem trinta segundos. Os grupos de estudantes e docentes os teriam acusado de incitação ao ódio. A Administração teria cortado seu financiamento e encerrado suas atividades.
A reação pública ao atentado em Paris revelou que há muitas pessoas que se apressam em idolatrar aqueles que são contra as opiniões dos terroristas islâmicos na França, mas que são muito menos tolerantes em relação àqueles que são contra suas próprias opiniões em seu país.
Apenas vejam todas as pessoas que reagiram de maneira exagerada às microagressões no campus. A Universidade de Illinois despediu um professor que analisava a postura da Igreja Católica em relação à homossexualidade. A Universidade do Kansas expulsou um professor por criticar no Twitter a Associação Nacional do Rifle. A Universidade Vanderbilt desqualificou um grupo cristão que insistia em ser dirigido por cristãos.
Os norte-americanos podem elogiar o Charlie Hebdo por ser corajoso o suficiente para publicar caricaturas que ridicularizavam o profeta Maomé, mas quando Ayaan Hirsi Ali é convidada ao campus, há frequentemente pedidos para que suas palestras sejam proibidas.
Por isso, este pode ser um momento para se aprender algo. Agora que estamos horrorizados pelo massacre daqueles escritores e editores em Paris, é um bom momento para adotar uma postura menos hipócrita em relação às nossas próprias figuras polêmicas, provocadoras e satíricas.
A primeira coisa a dizer, suponho, é que independentemente do que você tenha postado em sua página do Facebook na quarta-feira, é incorreto para a maioria de nós afirmar “Je suis Charlie Hebdo” ou “Sou Charlie Hebdo”. A maioria de nós na verdade não adota o humor deliberadamente ofensivo no qual esse jornal é especializado.
Podemos ter começado assim. Quando se tem 13 anos, parece ousado e provocador épater la bourgeoisie [escandalizar a burguesia], enfiar o dedo no olho da autoridade, ridicularizar as crenças religiosas de outros.
Mas, depois de um tempo, isso nos parece pueril. A maioria de nós passa a adotar pontos de vista mais complexos sobre a realidade e mais tolerantes em relação aos demais. (A ridicularização se torna menos divertida à medida que tomamos maior consciência a respeito de nossa própria e frequente ridicularidade). A maioria de nós tenta mostrar um mínimo de respeito frente às pessoas de diferentes credos e religiões. Tentamos começar a conversa escutando em vez de insultando.
Mas, ao mesmo tempo, a maioria de nós sabe que os provocadores e outras figuras bizarras desempenham um papel público útil. Os humoristas e cartunistas expõem nossas fraquezas e vaidade quando nos sentimos orgulhosos. Eles esvaziam o autoelogio inflado dos bem-sucedidos. Nivelam a desigualdade social ao rebaixar os poderosos. Quando eficazes nos ajudam a enfrentar nossas fraquezas em comunidade, já que o riso é uma das experiências de aproximação no final das contas.
Além disso, os especialistas em provocação e ridicularização expõem a estupidez dos fundamentalistas. Os fundamentalistas são pessoas que levam tudo ao pé da letra. São incapazes de adotar pontos de vista diferentes. São incapazes de ver que, embora sua religião possa ser digna da mais profunda veneração, também é verdade que a maioria das religiões é um tanto estranha. Os humoristas expõem aqueles que são incapazes de rir de si mesmos e ensinam aos demais que provavelmente deveriam fazer a mesma coisa.
Em resumo, ao pensar naqueles que provocam e ofendem, desejamos manter normas de civilidade e respeito e, ao mesmo tempo, abrir espaço a esses tipos criativos e desafiadores que não têm as inibições dos bons modos e do bom gosto.
Quando se tenta combinar esse delicado equilíbrio com as leis, as normas de discurso e oradores vetados, o resultado é uma censura nua e crua e conversas abafadas. É quase sempre um erro tentar silenciar o discurso, fixar normas e cancelar convites a palestrantes.
Por sorte, os costumes sociais são mais maleáveis e flexíveis do que os códigos. A maioria das sociedades conseguiu manter padrões de civilidade e respeito ao mesmo tempo em que deixam o caminho aberto para os divertidos, malcriados e ofensivos.
Na maioria das sociedades, adultos e crianças comem em mesas separadas. As pessoas que leem o Le Monde ou as publicações institucionais sentam-se à mesa com os adultos. Os bobos da corte, os excêntricos e pessoas como Ann Coulter e Bill Maher estão na mesa das crianças. Não são totalmente respeitados, mas são escutados porque, com seu estilo de míssil descontrolado, às vezes dizem coisas necessárias que ninguém mais está dizendo.
As sociedades saudáveis, em outras palavras, não silenciam o discurso, mas concedem um status diferente aos diversos tipos de pessoas. Sábios e renomados estudiosos são escutados com grande respeito. Os humoristas são escutados com um confuso semirespeito. Os racistas e antissemitas são escutados através de um filtro de opróbrio e desrespeito. As pessoas que desejam ser escutadas com atenção têm que conquistar isso por meio de sua conduta.
O massacre de Charlie Hebdo deveria ser uma oportunidade para por fim às normas sobre o discurso. E deveria nos lembrar que, do ponto de vista legal, temos que ser tolerantes com as vozes ofensivas, embora sejamos exigentes do ponto de vista social.

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Leonardo Boff.
Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie
10/01/2015
Há muita confusão acerca do atentado terrorista em Paris, matando vários cartunistas. Quase só se ouve um lado e não se buscam as raízes mais profundas deste fato condenável mas que exige uma interpretação que englobe seus vários aspectos ocultados pela midia internacional e pela comoção legítima face a um ato criminoso. Mas ele é uma resposta a algo que ofendia milhares de fiéis muçulmanos. Evidentemente não se responde com o assassianto. Mas também não se devem criar as condições psicológicas e políticas que levem a alguns radicais a lançarem mão de meios reprováveis sobre todos os aspectos. Publico aqui um texto do padre Antonio Piber, que é teólogo e historiador e conhece bem a situação da França atual. Ele nos fornece dados que muitos talvez não os conheçam. Suas reflexões nos ajudam a ver a complexidade deste anti-fenômeno com suas aplicações também à situação no Brasil: Lboff
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Eu condeno os atentados em Paris, condeno todos os atentados e toda a violência, apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou da paz e me esforço para ter auto controle sobre minhas emoções…
Lembro da frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobram os sinos: é por mim”. Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro, ninguém o merece, acredito na mudança, na evolução, na conversão. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem… Ainda estou constrangido pelos atentados à verdade, à boa imprensa, à honestidade, que a revista Veja, a Globo e outros veículos da imprensa brasileira promoveram nesta última eleição.
A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970, é mais ou menos o que foi o Pasquim. Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita europeia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais…
O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet (críticas que foram resolvidas com a demissão sumaria dela). Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã, ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011…
A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”, vítimas de preconceitos e exclusões. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou.
Alguns chamam os cartunistas mortos de “heróis” ou de os “gigantes do humor politicamente incorreto”, outros muitos os chamam de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo, como os comentários políticos de colunistas da Veja, são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.
O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o Profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a imagem de Nossa Senhora para atacar os católicos…
Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. “É preciso” porque? Para que?
Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo. Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista. Os tribunais franceses, famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerância (ver Caso Dreyfus), como o STF no Brasil, que foi parcial nas decisões nas últimas eleições e no julgar com dois pessoas e duas medidas caos de corrupção de políticos do PSDB ou do PT, deram ganho de causa para a revista.
Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã e contra o cristianismo, se tem dúvidas, procure no Google e veja as publicações que eles fazem, não tenho coragem de publicá-las aqui…
Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência, com trocadilhos infames com “matar” e “explodir”…). Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…
E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). A piada tem esse poder. Mas piada são sempre preconceituosas, ela transmite e alimenta o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista. Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita. Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas…
Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus…
Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.
“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso, assim como deveria/deve punir a Veja por suas mentiras. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.
“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados, como o racismo ou a homofobia, isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim…
Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis ou bombas.
Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar. Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada”. Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”. Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até… charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos! Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados, um deles com granadas!, nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza. É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos”, e ela sabe disso).
Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro do atentado, eu não sou Charlie. Je ne suis pas Charlie.   

Um profeta que não suporta a sátira não é um profeta...



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O horror e as bizarrices da senectude...





Comum é ver os pais naquele sermão com os filhos após pegá-los com droga na delegacia. A noite desta quarta-feira (7) foi pitoresca e a cena se inverteu assim que os filhos de três homens de 55, 60 e 68 anos, que  foram detidos com cocaína e maconha no Centro de Curitiba, chegaram ao 8º Distrito Policial. Após darem ‘uma dura’ nos pais entre assinaturas de Termo Circunstanciado (TC), os filhos os levaram para casa.
A Polícia Militar (PM) abordou os três homens na rua Cruz Machado, dentro de um veículo que estava estacionado em uma vaga de idosos, por volta das 18 horas. Os ‘vovôs’ usavam drogas dentro do carro e, assim que os policiais iniciaram a abordagem, um deles chegou a engolir uma das buchas de cocaína que eles consumiam. Com eles, a polícia apreendeu sete gramas de cocaína e mais dois de maconha.
A família foi avisada e já estava a espera dos três no Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul). O carro que os homens utilizavam era de um dos filhos, que fez questão de começar o sermão. “Chama a atenção essa situação porque são três homens mais velhos, um deles usando terno e gravata. Eles estavam estacionados na vaga de idoso, com cartão preferencial, e um carro totalmente regular. A filha de um deles disse que o pai estava se comportando feito um ‘piá’, fumando maconha no Centro. Não estamos acostumados a ver senhores nessas situação, mais adolescentes mesmo”, explica o tenente Rocha.
Ainda, segundo o tenente, dois deles já constavam com passagens pela polícia por posse de drogas, porte de arma de fogo e também por embriaguez ao volante. Os três foram levamos ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão, no Centro de Curitiba, para assinar termo circunstanciado e depois liberados.

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[ Une nuit, sur les remparts d'une ville, un vieil homme se promène
avec une jeune élève. Autour d'eux, la campagne et plus loin le désert. Au-dessus d'eux, le ciel étoilé. Le jeune élève dit:
- Quel silence...
Le vieil homme le corrige:
- Ne dis pas - "Quel silence".
Dis: "Je n'entends rien..."]  Do livro: Paroles persanes. (Albin Michel)

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Aprenda a ser um trapaceiro...

Como 'batedores' de carteira enganam suas vítimas

  • 5 janeiro 2015




Minha mãe tem os olhos nas costas. E desde que eu era muito pequena, ela me ensinou a ter cuidado com pessoas estranhas, principalmente quando elas tentam te dar um presente.
Por isso, fiquei surpresa quando soube que um "rapaz simpático" segurando um buquê de flores conseguiu roubar 20 euros da carteira dela, mesmo com minha mãe segurando-a com as próprias mãos.
Segundo neurocientistas, nosso cérebro é muito bem conectado e difícil de ser enganado, graças à sofisticação de nossos sistemas de atenção e percepção.
Mas ele apresenta pequenas falhas. E é aí que está a destreza dos batedores de carteira: mais do que mãos espertas, eles sabem trabalhar com essas falhas.
A mais importante dessas falhas é o fato de nosso cérebro não ter sido feito para realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. Em geral, trata-se de um recurso positivo: ele permite que filtremos apenas os aspectos mais relevantes do mundo a nosso redor.
Leia mais: A ciência por trás da mentira: por que caímos em golpes?
Leia mais: A ciência de 'aprender dormindo'

De Las Vegas para as ruas



Os truques do mágico Apollo Robbins (à dir.) foram estudados por neurocientistas
Mas a neurocientista Susana Martínez-Conde, autora do livro Truques da Mente, afirma que um bom trapaceiro pode usar esse aspecto contra você.
Quando era pesquisadora do Laboratório de Neurociência Visual, no Estado americano do Arizona, ela estudou de perto os truques do mágico Apollo Robins, figura conhecida da noite de Las Vegas.
"Quando Apollo chama uma pessoa ao palco, ele usa várias maneiras para chamar a atenção dela enquanto invade seu espaço pessoal: ele conversa com ela, toca seu corpo, pede para ela olhar para uma coisa ou outra e produz uma resposta emocional enquanto a sobrecarrega", explica a neurocientista.
Por isso, enquanto a agilidade das mãos ajuda, o ato tem muito mais a ver com o uso de outros movimentos para fazer uma pessoa desviar toda a sua atenção.
É o que fazem os batedores de carteira, ao fabricarem uma situação que sobrecarrega o sistema de atenção da vítima.
Um truque clássico usado por gangues no mundo inteiro consiste em fazer um dos batedores andar à frente da vítima e parar subitamente, de modo que os dois acabem se esbarrando. Um segundo batedor que vem atrás, também dá um “encontrão” no grupo e começa a discutir com o primeiro batedor. Enquanto isso, eles conseguem roubar o que podem da vítima, contando com um terceiro criminoso para levar tudo embora.
Leia mais: Impostor de 17 anos ganha fama ao fingir ter ganho US$ 72 mi com investimentos

Táticas espertas



Ao fazer um arco com as mãos, trapaceiros conseguem desviar melhor a atenção das vítimas
"Muita gente acredita que o truque é distrair uma pessoa fazendo-a olhar para outro lado, mas não. O que funciona é dirigir a mente da vítima para algum outro foco", explica James Brown, ilusionista britânico. "Quando eu quero que alguém pare de olhar para algo que está sobre a mesa, dou a eles um bom motivo para olhar para outra coisa. Então, ofereço dois ou três outros objetos, o que é ainda melhor porque a pessoa tem a ilusão de que está podendo fazer uma escolha".
Outras táticas são mais psicológicas. Os batedores costumam ficar por perto de placas que alertem para o perigo de "batedores de carteira" em um determinado local porque a primeira reação que quem lê essas placas é verificar se ainda tem seus pertences, indicando onde eles estão.
Outro truque é não parecer um batedor de carteira, que foi o que funcionou com minha mãe.
Brown acredita que ter autoconfiança também ajuda o bandido, assim como poder de empatia. "Se você consegue estabelecer uma mínima relação com alguém e essa pessoa passar a confiar em você, tudo fica mais fácil", diz o mágico.

Oportunismo e atenção

No palco, alguns movimentos específicos também são enganosos. Apollo Robbins, de Las Vegas, contou ter a impressão de que algumas maneiras de ele mexer com as mãos melhorava sua tentativa de desviar a atenção de alguém. Uma dessas maneiras, segundo ele, era desenhar um arco com as mãos, em vez de movê-las em linha reta.
A equipe da neurologista Martínez-Conde fez uma série de testes e conseguiu descobrir por quê: para seguir um arco, os olhos se movem em uma "perseguição lenta", não se descolam do objeto e permanecem sobre ele; uma linha reta faz o olhar se deslocar rapidamente de um ponto a outro, muitas vezes em uma fração de segundo, e depois voltar para o ponto de partida. É uma ferramenta bastante útil para um ladrão.
Mas Brown acredita que muitos dos crimes ocorrem por pura oportunidade. "Existe o risco de pintar os batedores de carteira como pessoas super-habilidosas, quase elegantes. Mas a maioria delas não são. Elas são simplesmente oportunistas", diz.
Mesmo assim, saber um pouco mais sobre esses truques pode ajudar você a evitar ser roubado. E uma boa dose de atenção também funciona. "Os batedores de carteira fogem das pessoas que estão alertas", avisa o mágico.
Leia mais: Quatro animais que usam o som para trapacear
Leia a versão original desta reportagem em inglês no site BBC Future.

sábado, 3 de janeiro de 2015

O corpo: esse cavalo de Tróia ou o adeus às fantasias e às ilusões... OU, como diz um provérbio árabe: "Nós rezamos pela subida do Nilo. O Nilo subiu, e fomos devastados pela inundação".





globo.globo.com/sociedade/tecnologia/cantor-usher-recarrega-seu-celular-em-bateria-acomodada-dentro-de-vagina-de-mulher-14749462

...Apesar dos dorminhocos de plantão e dos parasitas morais os Black Blocs estavam com a razão...

Oficiais da PM do Rio incitaram pancadaria contra black blocs

Documentos exclusivos obtidos por VEJA mostram mensagens de cunho nazista enviadas por policiais pelo WhatsApp

Leslie Leitão
Chumbo trocado – Contra o radicalismo dos black blocs, acesso liberado a arsenal da PM
Chumbo trocado – Contra o radicalismo dos black blocs, acesso liberado a arsenal da PM (Ricardo Moraes/Reuters)
Os protestos que surpreenderam o Brasil em 2013 ainda estavam começando quando Itália e México jogaram no Estádio do Maracanã, em 16 de junho, pela Copa das Confederações. Um pouco antes da partida, cerca de 500 manifestantes tentavam se aproximar com faixas contra a Copa do Mundo e o aumento da tarifa de ônibus. Não avançaram. Em minutos, o Batalhão de Choque da Polícia Militar os empurrou para longe com uma saraivada de bombas de efeito moral e os encurralou na vizinha Quinta da Boa Vista, o maior parque da cidade, provocando pavor e correria na multidão que passava o domingo em família. A ação foi um prólogo do que viveria o Rio, com protestos violentos e muitos feridos como saldo. No comando da tropa estava o tenen­te­-coronel Fábio Almeida de Souza, hoje com 45 anos — que recebeu do então governador Sérgio Cabral, por e-mail, os cumprimentos pelo “belo trabalho”. Nos meses seguintes, ele seria o líder do intenso combate entre a polícia e os black blocs, a face anônima e mais violenta da agitação. Um conjunto de documentos obtidos por VEJA mostra, porém, que os criminosos mascarados não eram os únicos radicais nas ruas. Do outro lado, na polícia, o grupo do tenente-coronel também acirrava os ânimos, defendendo e praticando a pancadaria indiscriminada.
O coronel Fábio, como é chamado, é o protagonista de milhares de mensagens trocadas entre oficiais da PM num grupo que se comunicava via WhatsApp entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Reunidas em 230 páginas de um inquérito da Corregedoria-Geral da PM, elas mostram o tenente-coronel revelando clara admiração pela filosofia do nazismo e deixando nítido que, para ele, o caminho era a agressão pura e simples. Numa das mensagens, quando um major sugere aos colegas o uso de uma técnica de imobilização com um bastão chamado Tonfa, ele reage: “Mata! Assim imobiliza para sempre”. E continua: “Tonfa é o c....! 7.62 (um tipo de fuzil) mata eles tudo”. Em outro trecho, confessa: “Na última manifestação que fui dei de AM640 inferno azul nas costas de um black bobo, no máximo 30 metros!!! Que orgulho!”. O AM640 é um lançador de bomba de gás não letal que, acionado a curta distância, pode até matar. Quando um colega observa “Coronel Fábio pela instauração do Reich”, ele retruca: “Isso”.
No período em que as mensagens foram trocadas, a ação dos black blocs estava no auge, com ataques a prédios públicos e estabelecimentos comerciais, além de incêndios de ônibus. Muito pouco, no entanto, se sabia sobre os baderneiros, e nenhum membro relevante do grupo havia sido preso. Por isso, a PM vivia um forte dilema. Parte da corporação defendia a ideia de que se fosse mais fundo na prisão de arruaceiros e na investigação dos crimes. O coronel Fábio pregava o confronto direto e liberava a seus homens o acesso ao arsenal de armas não letais da PM. Como em 20 de junho de 2013, quando milhares de pessoas foram dispersadas com balas de borracha e bombas de gás ao chegar à sede da prefeitura do Rio. Naquele dia, segundo um oficial de alta patente, uma quantidade avaliada em mais de 1 milhão de reais em equipamentos foi gasta contra os manifestantes. “Era uma chuva de gás indiscriminada. Não tinha controle, e nem era para ter.”
Como a tropa não continha os baderneiros e produzia ainda mais radicalização, o coronel Fábio foi substituído no comando do Batalhão de Choque por outro oficial, o coronel Márcio Rocha, que mandou controlar o uso das armas e intensificar os serviços de inteligência e as prisões. Deslocado para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o coronel Fábio passou a tramar a derrubada do desafeto. Nas mensagens, diz que seu pessoal vai tomar conta da PM em 2015 e instituir um “padrão Alemanha de 1930”. Após uma noite em que levaram cinquenta minutos para atender ao pedido de socorro de uma guarnição atingida por tiros em conflito com traficantes, três de seus apoiadores foram afastados. Dias depois, a portaria do condomínio onde o novo comandante morava sofreu um atentado a tiros. As mensagens a que VEJA teve acesso constam justamente do inquérito que investiga esse ataque. Apesar de conter revelações gravíssimas, o único efeito foi seu afastamento do comando do Bope, em março passado. O que não chegou a ser uma punição, já que o oficial passou a integrar a escolta do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Em novembro, quando Beltrame decidiu trocar toda a cúpula da PM, o coronel Fábio foi reconduzido ao Batalhão de Choque. Enquanto isso, o inquérito com suas mensagens estúpidas hiberna em alguma gaveta da Corregedoria da corporação.
Por outro lado, Fábio de Souza acabou promovido por merecimento, no último dia 25 de dezembro, ao posto de coronel, o maior da Polícia Militar. A Secretaria de Segurança informou que ele substituiu o chefe da segurança do secretário no período em que este saiu para fazer curso de major. E informou que "o coronel Fábio não é indiciado em nenhum Inquérito Policial Militar". Já a PM diz que o Inquérito Policial Militar (IPM) ainda está em fase de cumprimento de exigências feitas pelo Ministério Público. O encarregado é o coronel Gilson Chagas, comandante do 12º BPM (Niterói). "Como não foi concluído, não é possível falar em indiciamento por enquanto", diz a corporação através de sua assessoria de comunicação.

Confira os trechos dos diálogos de oficiais da PM pelo WhatsApp obtidos por VEJA

28/12/2013
O grupo do coronel Fábio, afastado do comando do Batalhão de Choque, fala sobre a caçada que vai promover aos inimigos quando voltar ao poder. Classificam-se como ‘raça pura e sem defeitos’. Um capitão define que a vontade do Fuhrer será feita, numa alusão aposto com que Adolf Hitler no período da Alemanha nazista:
Capitão Sanches A favor da inquisição, vamos caçar bruxas e fantasmas. Pela raça pura e sem defeitos. Viva o Choque
Não identificado Então, que seja feita a vontade da maioria.
Capitão Gilberto Não é a vontade da maioria. É o certo. É a vontade do Fuhrer
Não identificado Choque. Gtar + GTM + UCM = Choque Forte, vamos expulsar todos os que só contribuem para a imagem da rataria do BPM. Viva a raça sem defeitos. Depuração total.
Keller Sangue e vitória! Choqueeeee!
01/01/2014
O Coronel Fábio Almeida de Souza afirma, em janeiro de 2014, que em 2015 seu grupo voltaria a comandar a PM do Rio de Janeiro – como de fato ocorreu. E promete massacrar os inimigos, a que chama de ‘peito de ladrilho’, ou seja, policiais sem os cursos especiais, dizendo que sua vingança será dura, ‘Padrão Alemanha de 1930’:
Coronel Fábio Em abril de 2015 assumirei o controle da PMERJ. Está nas escrituras. Serão quatro anos de inverno nuclear para os peitos de ladrilho. Só cursado terá vez. Choque, Caveira, Cachorreiro ou piloto. O resto será escorraçado
Nascimento Velho, tenho fé que estamos passando por uma aceitação doutrinária, junto com uma construção de mística que o Bope, por exemplo, já passou. Nós temos que pagar esse preço pra que no futuro não questionem quase nada relacionado às técnicas (...)Como diz o coronel Fábio, somos os problemáticos, xiitas, talibãs etc. Rs
Coronel Fábio Aí vocês verão o que é revanchismo combinado com vingança.
Major Adriano Banco de instrutores estão sendo criados em 2014. O golpe está sendo preparado para 2015. E o Obtuso (tenente-coronel Márcio Rocha) nem percebeu isso
Coronel Fábio Padrão Alemanha de 1930
Coronel Fábio Vai ter virada e vingança. 2014, a virada. 2015 a caça aos infiéis insurgentes ladrilhos malditos indignos
01/01/2014
Durante um debate sobre técnicas de combate aos manifestantes, o major Adriano sugere a introdução da técnica com o uso do bastão (Tonfa). Para o coronel Fábio, o jeito de resolver é mais simples, atirando com munição de fuzil: “7.62 mata eles tudo (sic)”. E depois insiste: “Porrada, paulada, fuzilzada, mãozada. Abril de 2015. O Chanceler assume o poder. O Partido”, mostrando mais uma vez saber que seu grupo assumiria a PM.
Major Adriano Estou querendo montar uma cadeira de instrutores de ‘imobilização e condução’ só que com Tonfa (...) eu quero especializar os ‘busca e captura’ só com Tonfa. O curso que a gente fez lá no DPOE. Em presídios eles atuam só com Tonfa. Mais prático e eficiente.
Gilberto Mas se for de Tonfa bastão ou qualquer coisa temos que definir o emprego diversificado dentro do que ocorre no evento.
Major Adriano Para imobilizar com Tonfa então, os caras são f...! Se eu falar com eles lá no DPOE, ele viriam pra cá e passariam 10 dias aqui, só demonstrando imobilização e condução para os busca e captura. Captou a ideia?
Major Adriano E detalhe: os babacas dos peito liso iriam bolar, vendo a gente atuar com Tonfa nas manifestações. Iriam ficar com uma inveja do c..., porque uma imobilização com tonfa é p..., demonstra técnica e adestramento da tropa!
Coronel Fábio Mata! Assim imobiliza pra sempre
Major Adriano Legalidade. Oportunidade. Necessidade. Proporcionalidade. Ética: L O N P E, Comando! Uso legal da força
Coronel Fábio Pela saco
Capitão Heliton No Gepe dei instrução de tonfa nesse último porque a Fifa não vai querer o nosso bastão dentro dos estádios. Questão política. Ensinei mas deixei claro que se não praticar não funciona
Coronel Fábio Tonfa é o c...! 7.62. Mata eles tudo... Para com isso, Adriano. No Bope tem um cara f... que quase ninguém sabe. Tiro em todo mundo. Faz que nem o Senhor Rufino. Baleou 10. Pratica estrangulamento e tiro em multidões
Major Adriano Para que o senhor não é assim
Coronel Fábio Porrada, paulada, tonfada, fuzilzada, mãozada. Abril de 2015. O Chanceler assume o poder. O Partido.
Gilberto Coronel Fábio pela instauração do Reich
Coronel Fábio Isso.
07/01/2014
Em mais um debate sobre técnicas de controle nas manifestações, o coronel Fábio orgulha-se de ter atirado, por trás, uma bomba de efeito moral nas costas de um black bloc:
Coronel Fábio Na última manifestação q fui dei de AM640 inferno azul nas costas de um black bobo no máximo 30 metros!!! Que orgulho!!!

Recuerdos mexicanos...