Aqueles que há dois meses atrás ficaram indignados com as conclusões de um pesquisador brasileiro sobre a inteligência dos baianos, sobre a teoria de que tinham um Q.I baixo, que preferiam tocar berimbau porque esse instrumento só tem uma corda etc., ficaram confusos hoje vendo as imagens e as notícias da Guerra das Espadas no município baiano de Cruz das Almas. Aliás, o que se poderia esperar de um vilarejo com um nome desses? Que a imbecilidade esteja presente num ou noutro indivíduo sempre é previsível e até normal em qualquer lugar do mundo, mas que uma vila inteira seja tomada por um surto de burrice auto-destrutiva daqueles é realmente algo fora do comum. São momentos insólitos como esses, com a turba se agredindo no meio das faíscas e da polvorada que nos fazem lembrar daquele pensador para quem um estúpido é sempre um estúpido, vinte estúpidos são sempre vinte estúpidos e cem mil estúpidos o material indispensável para um partido, uma seita ou uma outra das tantas forças históricas.
Ezio Flavio Bazzo