sábado, 13 de dezembro de 2025

Enviado por uma correspondente anônima...

 


RUA

[para João do Rio e Ezio Flávio Bazzo]

Eu te saudo
Rua
Livre habitante
dos meus sonhos
Realidade nua
Lua
que vem chorar
meu riso
e confessar meu pranto.

Rua
eu te guardo
em minha memória
passagem estreita
de curvas deformadas
pelo frio e pela fome
da indigência humana
revelada.

E me confesso
amante da tua desventura
mulher de poucos adornos
e verdadeiras mágoas.

Rua
não sei porque,
se nada muda,
preciso tanto dizer-viver
a linha perpendicular
de tua face. 




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