terça-feira, 6 de junho de 2017

E as 84 (?) ou 82 perguntas ao Presidente Temer?


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Encontrei o mendigo K. ali num dos viadutos que cobrem a rodoviária. Estava enrolado num cobertor cor de vinho e a uns dez centímetros do precipício  do qual, se despencasse, seria esmagado lá embaixo pelos ônibus em fúria. Uma velhinha que passava por lá, quando o viu, colocou as mãos na cabeça, clamou por Nossa Senhora e pediu que ele - por amor de deus -  viesse um pouco mais para junto do meio fio. Ele bocejou, olhou-a bem dentro dos olhos e resmungou: "Minha senhora! O segredo para colher uma existência mais fecunda e uma maior fruição da vida é viver perigosamente..." Percebi que ela até sentiu-se lisonjeada pela atenção que ele lhe dedicou e achando que aquele texto estivesse na bíblia quis saber qual era o versículo. Ora, minha senhora - respondeu-lhe ele ao mesmo tempo em que coçava a cabeleira pubiana - se está na Bíblia eu não sei, o li numa das obras de Nietzsche.
Disse isso e passou a fazer ironia com as 84 perguntas que a polícia mandou ao Presidente Temer. Para mim - disse - bastaria que lhe fizessem uma única pergunta: Monsieur Temer, com os 87 bilhões que o Lula terá que devolver ao Estado, por quê não construir, de imediato, (antes que outros os roubem novamente) uma ferrovia que vá de Belém do Pará até a Foz do Iguaçu? 
As viagens de trem, já está demonstrado, fazem bem para nossa sexualidade e para nossa saúde mental... Se a humanidade não tivesse mergulhado na mediocridade, na roubalheira e na estupidez, se não tivesse perdido séculos em discussões infames e em diálogos miseráveis entre sombras, hoje qualquer um "sem medo de ser feliz", poderia dar a volta ao mundo  numa Maria Fumaça...

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