terça-feira, 10 de maio de 2016

Da cicuta, da Cachaça e da passagem de Mercúrio...

Segundo os jornais desta manhã cinco ou seis moradores de rua foram recolhidos na noite passada, quase em coma e hospitalizados com suspeita de envenenamento. Um deles, inclusive, bateu as botas. Dizem que no meio de seus trapos e tralhas foram encontradas várias garrafas de cachaça vagabunda (vazias) e até um rudimentar instrumento astronômico (que teria sido usado para tentar ver a passagem do planeta Mercúrio entre a terra e o sol).  Os plantonistas que os socorreram  descartaram ainda nas macas da ambulância a hipótese de cicuta, cianureto, belladona ou coisa parecida e asseguraram que tudo não passava de uma overdose de cachaça... Ou alguém teria injetado veneno nas garrafas? No meio da fofocada cotidiana sobre o assunto, teve até quem lembrasse de Sócrates (o filósofo grego) e do Nome da Rosa, aquele livro chato de Umberto Eco que menciona como, na antiguidade, se envenenavam as páginas de livros para eliminar inimigos. Até na vagabunda barbearia da esquina alguém chegou a contar e recontar anedotas referentes ao ritual de bebericar champanhe na corte de Louis XV, a história da origem do tim tim e do costume de brindar: uma maneira - segundo o relator - de assegurar-se de que aquilo que se lhes estava sendo servido não estava envenenado, etc, etc...

2 comentários:

  1. Estando são de corpo e espírito, deixo a vida antes que a velhice imperdoável me arrebate, um após outro, os prazeres e as alegrias da existência e que me despoje também das forças físicas e intelectuais; antes que paralise a minha energia, que quebre a minha vontade e que me converta numa carga para mim e para os demais. Há anos que prometi a mim mesmo não ultrapassar os setenta; por isso, escolho este momento para me despedir da vida, preparando para a execução da minha decisão uma injeção hipodérmica com ácido cianídrico. Morro com a alegria suprema de ter a certeza que, num futuro próximo, triunfará a causa pela qual lutei, durante 45 anos. Viva o comunismo! Viva o socialismo internacional!.!

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  2. Bueno, entonces, adios!

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