terça-feira, 30 de junho de 2015

Enquanto isso, lá pelos encantadores e utópicos anos 70...


 "Quien no haya vivido en los sótanos, quien no paso por una parrilla llena de voltios, quien no haya estado a oscura y a solas con dios, quien no se colgó de rejas amenazado de muerte de tortura, no le alcanzara el vano entendimiento de las voces que nos reflejan, nos recuerdan y dan testimonio a lo vivido. Fue muy triste todo cuanto el hombre en su afán de enarbolar utopías tubo que pagar. Aun hoy sigo sintiendo alaridos, sigo viendo putrefactas celdas inundadas de orín ,sangre y lagrimas - Después que cada cual piense como quiera, esa es la libertad sin hacer juicios de valores a los que lucharon dejando su vida. Vivan los cantores de América" Virgilio Peres

domingo, 28 de junho de 2015

Como hoje é domingo... vai um "pixuléco" aí???

[...Repare, pois, em que mãos se encontram a honra, a vida, a fortuna e a reputação de um cidadão. A baixeza, a ambição e a avareza começam a fazer a nossa ruína e a imbecilidade acaba por concluí-la... Miseráveis criaturas, lançadas por um momento sobre a superfície desta bola de lodo...] M. de Sade







sábado, 27 de junho de 2015

A Era dos processos... e dos chiliques "raciais"...

Observem como estamos na Era dos processos!, e dos Habeas corpus (Corpus cristi). 
E não é por acaso que no país existe uma endemia de escolas fajutas de bacharéis em direito...
Por mais fútil que seja a intriga e o motivo os envolvidos já começam falar em processo, "processar", levar o outro às "barras da justiça" e etc. Que porra de barras são essas, afinal?
Recebi de um leitor anônimo a "denuncia" de que em sua região estão querendo processar além de uma professora quase analfabeta que apareceu numa festa caipira fantasiada de "nega fulô" um cara que peidou no elevador de um tribunal. Por infelicidade do peidante, havia um juiz à bordo que achou o peido uma afronta contra seu nariz e contra sua excelência e logo resolveu processá-lo... A respeito do peido, por coincidência, tenho em minha biblioteca a Histoire anedoctique du pet... que é uma preciosidade. 
A respeito da "nega fulô" também tenho esta outra maravilha de Frantz Fanon (disponível na internet) titulada: Pele negra máscaras brancas. Fanon é autor também de outro livro importante e traduzido do francês para o espanhol cujo título é: Los condenados de la tierra.
Livros que, principalmente os pretos ou os negros devem ler, ao invés de ficarem por aí patrulhando bobagens infantis ditas por outros grupos étnicos ou até pelo próprio.
Se os negros não mudarem a estratégia, e não se emanciparem por si próprios (custe o que custar) correm seriamente o risco de ficarem tutelados, "protegidos" e humilhados para sempre por uma sociedade, por um Estado e por uma República de bosta.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Da misantropia à filantropia...

Muitos de meus leitores têm me mandado recados e feito críticas sobre minha "visão de mundo" e principalmente sobre meus ataques à espécie. Acho até que eles têm razão, mas texto é texto, na prática do dia-a-dia percebo que estou cada vez mais complacente, amável, benevolente e gentil com meus semelhantes. Até pena e compaixão começaram a brotar entre meus sentimentos mais nobres. Enfim, relaxem, que estou cada dia mais "cristão!"
Ontem à noite mesmo, depois de ir comer um bolo de laranja com calda quente derramada nas laterais, ao voltar para o hotel me deparei com uma senhora mendiga e sua bebê tentando dormir encostadas no mármore de uma multinacional. A mãe realmente dormia. O bebê olhava com espanto terminal o mundo e os faróis dos carros no meio da geleira. Sem ter ninguém por testemunha, tirei meu casaco de couro de ovelha (comprado recentemente na Via del Corso) e o depositei delicadamente sobre aquele minúsculo corpo quase a ponto de congelar e corri para debaixo das cobertas para não ativar uma pneumonia. Não é necessário provar para fdp nenhum que o olhar daquela criança atormentou meus sonhos até de madrugada...

quinta-feira, 25 de junho de 2015

São Paulo na Idade Média...

Quem quiser com vinte passos voltar à Idade Média é só fazer um tour (para não dizer um trottoir) aqui pela Barão de Itapetininga entre a Praça da República e a Conselheiro Crispiniano. E eu que fascinado pela miséria humana e ignorante fui perambular por Katmandu e por Benares… Se conhecesse estas duas ou três ruas teria economizado uns bons dólares…
Aqui se vê de tudo. Falar dos mendigos enrolados em cobertores vagabundos e jogados pelas calçadas é uma repetição tola e vulgar. O que vale a pena ressaltar é que esses cobertores são aqueles que a burguesia doa nas campanhas invernais, mas que ela própria não levaria nem nas mais improvisadas e bizarras pescarias. Enfim, não servem para nada. Paraplégicos se arrastando por aí, putas, desempregados, vagabundos, malandros, os tais e conhecidos compradores de ouro, que agora incluíram em suas tabuletas: Ouro, Dólares, Euros, Prata e até Platina. Daqui a uns dias, podem esperar estarão comprando até pedaços de medula.
A miséria é geral. Um ou outro casal de homo ou de hétero gentilmente se chupando a língua e compartilhando bactérias sob os umbrais, alguém anunciando o trabalho de advogados trabalhistas, a venda de atestados médicos, a confecção de monografias, teses, curriculos, atestado de antecedentes e tudo no meio de um cheiro de carne queimada…. Ouvi a vendedora de uma loja de roupas de terceira dizendo para uma sua colega: - "hoje vou te chupar só por causa disso!"Não sou tão moralista como parece, mas fiquei impressionado com aquela promessa. E, no meio de toda essa loucura, um caminhão da BRINKS, com seus guardas armados de carabinas, recolhendo o dinheiro das lojas…
De um grupo de fanáticos que palestrava sobre o Universo em Desencanto, anotei esta frase pra lá de metafísica: [Quem és "tu" que ilusão é tanta, incapaz de definir o teu "eu" (as palavras entre aspas foram eles que colocaram). Sabeis vós que sois uns corpos imprudentes].
Enfim, o circo aqui é quase inacreditável! E nos faz compreender que o ser humano não é apenas o crápula que sempre acusamos, mas sim um pobre e desgraçado Ser, jogado neste planeta de idiotas...

terça-feira, 23 de junho de 2015

Enquanto isso, nas águas azuis do Mediterrâneo...

[...As pessoas que  nunca navegaram têm dificuldade para entender os sentimentos que se experimenta quando, do convés do navio, já não se vê mais do que a face austera do abismo...]
Chateaubriand






sexta-feira, 19 de junho de 2015

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O maçarico, a arte de roubar e a pós-modernidade...

"Se um ladrão entrar na minha casa procurando por dinheiro, procuro junto com ele, porque a coisa tá feia..." 
Ashuashu 

Tudo se moderniza! Não adianta espernear, estamos condenados à modernidade...
Até o pessoal que costumava explodir caixas eletrônicos de bancos aí pelas cidades ainda no método antigo e barulhento, mudou de tática. Nos últimos dias deixaram de lado as bananas de dinamite e adotaram o maçarico como ferramenta: bem mais prática, de fácil manuseio, quase não pesa nada, dá para acender um cigarro, não oferece risco aos usuários, é menos ruidosa, não provoca escândalo e que pode garantir aos larápios uma quantidade maior de notas intactas. 
E  é importante não nos escandalizarmos e nem nos alarmarmos demasiado com a prática e com o vicio secular de roubar de nossa espécie, porque as futuras descobertas podem revelar que ele está muito bem estruturado também nas moléculas de nosso DNA... 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O FBI e o 7X1...






Silêncio absoluto no país a respeito das hipóteses do FBI de que o jogo entre Brasil e Alemanha, o tal 7X1 foi fraudado e que rolou uma grana imensa até entre os mais santos e mascarados dos jogadores... Apesar dos milhares de homicídios, tiros e faconaços diários por aí, somos realmente um povo cordial, cordialissimo, como bem  escreveu o pai de Chico Buarque há uns cinquenta anos atrás... Ora, mas é evidente que com uma noticia dessas pairando sobre as nuvens de nosso mau caráter o país inteiro, principalmente os idiotas das arquibancadas, deveriam estar em histeria e em cólera se perguntando: Por que o FBI? 
Onde estavam as nossas polícias? E o nosso antigo SNI, e os nossos arapongas? E a nossa escolada e esperta mídia? E os nossos repórteres revolucionários? E os nossos bispos, sempre de plantão? E nossos velhos moralistas? 
Nada! Só a morbidez de um silêncio cretino... Como se o rosnar das hienas tivesse repentinamente emudecido e a paz noturna dos cemitérios tivesse caído sobre a pátria.
Cordialidade um catzo! 
Como escreveu um tal Kléber Novartes  - que nem sei quem é: talvez essa encenação de cordialidade seja a única forma que encontramos de não ser inseguros e imbecis ao mesmo tempo.


domingo, 14 de junho de 2015

Playground do inferno...








Os jornais de hoje dizem que o FBI está convicto de que o "Brasil" vendeu aquele jogo de 7X1 para a Alemanha.
Será verdade ou se está preferindo optar pela corrupção antes de admitir a derrota?  
De uma maneira ou de outra, qualquer sujeito minimamente
ilustrado já entendeu que isto aqui é uma espécie de playground do inferno.

domingo, 7 de junho de 2015

Porque hoje é domingo...






O domingo amanheceu uma maravilha! Com um sol menos cancerigeno que os outros dias e com as folhas do manjericão de minha varanda soltando seu veneno para todos os lados... Ingênuas, não sabem que ainda acabarão no meio de uma pratada de ravioli... Dizem os jornais que ontem à noite um bêbado entrou de carro e tudo numa pizzaria que fica bem aqui perto. Não achei coisa de outro mundo, pois, no passado, lembro-me bem, lá no Paraná entrava-se nos botecos até de cavalo e de pistola em punho! Ou estou delirando? Outra noticia diz respeito a uma tal Paula Fernandes que deu um show com a calcinha à mostra. E amanhã, quando aparecerá sem? Uma curiosidade: por que a tal peça está sempre no diminutivo, independente do tamanho da usuária? E por falar em calcinha,  com a proximidade do Dia dos Namorados, o governo mandou dar uma geral nas "condições" dos quase trinta motéis da cidade. Observem como o cabotinismo é exatamente o mesmo de quando chega o carnaval e o MS sai por aí distribuindo preservativos...
Apesar dos políticos terem viajado em massa neste "feriadão",  todo mundo está com medo de sair às ruas e deparara-se com um enxame ou com um exército de bactérias KPC... Quem não leu Nemesis Médica, de Ivan Illich (essa obra foi meu livro "sagrado" durante os anos mexicanos), seria oportuno e bom lê-la agora... 
Meu amigo me liga de SP para dizer que da mesma maneira que os africanos estão invadindo a Itália os haitianos estão chegando em São Paulo sem lenço e sem documentos e ficando deitados ao redor das rodoviárias como ficam os cães ao redor dos matadouros... Se lá na terra de Paganini a paranóia é com o Ébola e com o terrorismo, aqui é com o Vibrio cholerae e com a cólera... Anote em sua agenda: apesar do lero-lero dos otimistas e dos grunhidos dos crápulas, tudo evidencia que somos uma espécie em extinção!


sábado, 6 de junho de 2015

Iatrogênia social e cultural... Ou, acredite se puder...



Como resmungaria Pasteur: "Não é a profissão que honra o homem. É o homem que honra a profissão". 

livros...

Aquisições:



1. Né Pane, né circo, Alejandro Romualdo

2. Piccola guida alla grande musica, Rodolfo Venditti

3. Ebrezza, Jean-Luc Nancy e Tommaso Tuppini

4. Voir son Steak comme un animal mort, Martin Gibert

5. L'ignoranza delle persone colte,  William Hazlitt

6. Moeurs intimes du passé, Dr. Cabanés

7. Les femmes s'emmerdent au lit, Sonia Feertchak

8. Come fare la cacca al lavoro, Mats & Enzo

9. Coraggio, Umberto Ambrosoli

10. Manifesto per cambiare l'educazione, Edgar Morin

11. Roma insólita e secreta, Le guide scritte dagli abitanti

12. Le bréviaire du Devin et du Sorcier (sem autor), Editions Garnier

13. Arrêtons de manger de la merde, Jean-Pierre Coffe

14. Nous sommes Charlie (60 écrivains unis pour la liberté d'expression)

15. Niccolò Paganini, note di una vita sopra le righe (vários autores)

16. Paganini, il giorno del sogno (Cose del altro mondo per un requiem), Luisa M G. Cavanna

17. Pazienti illustrissimi, L Sterpellone

18. Niccolò Paganini, epistolario  1810-1831 (Academia Nazionale de Santa Cecilia)

19.  Niccolò Paganini, Danilo Prefumo

20. Niccolò Paganini (Note su un genio romantico), Gioconda Pomella

21. Il cartégio Paganini-Bignami (documenti del museo stradivariano di Cremona)

22. Niccolò Paganini, un genovese nel mondo, Roberto Lovino e Francesca Oranges

23 Giuseppe Graccetta e il segreto di Paganini, Giorgio de Martino

24. Paganini a Nice, Louis Bonfiglio

25. L'éloge de la virtuosité, Paul Valery



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Futurismo - As mudanças nos aeroportos do futuro...




"Queremos destruir os museus, as bibliotecas e as academias de todas as espécies, e combater o moralismo, o feminismo e todas as torpezas oportunistas e utilitárias. Cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, o prazer ou os motins, as marés multicoloridas e de milhares de vozes da revolução em capitais modernas. Cantaremos a incandescência noturna e vibrante de arsenais e estaleiros, resplandecendo sob luares elétricos, as vorazes estações devorando suas fumegantes serpentes...as locomotivas de peitorais robustos que escavam o solo de seus trilhos como enormes cavalos de aço que têm por arreios, poderosas bielas motrizes, e o vôo suave dos aviões, suas hélices açoitadas pelo vento como bandeiras e parecendo bater palmas de aprovação, qual multidão entusiástica. Lançamos da Itália para o mundo este nosso manifesto de violência irrefreável e incendiária, com o qual fundamos hoje o Futurismo, porque queremos libertar esta terra do fétido câncer de professores, arqueólogos, guias e antiquários."
Filippo Tommaso Marinetti


 É provável e previsível que os aeroportos do futuro tenham que substituir os detectores de metais e os cães farejadores de cocaína por detectores de sujeira e farejadores de fedores. Os detectores acusarão àqueles que estão higienicamente aptos a viajarem naquela aeronave e os cães confirmarão a intensidade dos fedores e decidirão quais viajantes terão ou não que tomar compulsoriamente um banho ali mesmo no aeroporto: escovar os dentes, limpar os ouvidos, fazer um cristel, cortar as unhas, trocar as meias e principalmente as cuecas. É impressionante como o fedor de nossa espécie supera, e em muito, os outros fedores. Meu cachorro, por exemplo, mesmo que esteja há um mês sem tomar banho fede menos que o sujeito que viajou a meu lado nesta semana... E além desses "porcos", existe também aqueles que, além de fétidos, passam a viagem inteira fungando e assoando o nariz, como se esse fosse o principal e até o único objetivo de seu nomadismo.