sexta-feira, 8 de maio de 2015

O MINISTÉRIO DO TRABALHO e a Sindrome de Burnout".

Há mais de quarenta anos se fala obsessivamente em Sindrome de Burnout, (ver Freudenberger, 1970) mas na prática, nem os Conselhos, nem as Associações de trabalhadores, nem o Ministério do Trabalho e nem a OIT têm dado um passo para frear essa doença que afeta um universo cada vez maior de trabalhadores, principalmente àqueles cujas atividades envolvem relações interpessoais: professores, médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras e outros profissionais com atividades semelhantes.
Apesar desse transtorno psico-físico vir fazendo estragos significativos na saúde de muita gente e de ocupar um lugar há decadas até na Classificação Internacional de Saúde (CID 10), nada se tem feito para minorar a insalubridade e o efeito iatrogênico dessas profissões e dos ambientes de trabalho. Além de uma tese aqui, uma conferência acolá, um artigo nesta ou naquela revista, nada objetivo e respeitável se tem feito para melhorar a qualificação desses profissionais e nem para minorar os malefícios de um trabalho cada vez mais alienado e sem sentido.
A sensação de esgotamento psico-físico (com todos os outros sinais agregados como insônia, pressão alta, alterações hormonais e etc) é o principal sintoma que indica que o sujeito está indo para o colapso. Abandonado à fúria produtiva/irracional das empresas, ao estresse de ambientes nocivos e ao desamparo dos órgãos "reguladores" o sujeito é consumido por suas atividades laboristas e pelo sofrimento e acaba por ser excluso delas. Ou, quando permanece, vê sua competência e a qualidade de suas atividades serem drasticamente comprometidas.
Não é por acaso que no Brasil o maior motivo para afastamento do trabalho é descrito como depressão. Seria mais ético e legitimo começar a falar em Síndrome de burnout e de começar a tornar o trabalho menos estúpido e menos irracional...


5 comentários:

  1. - http://m.terra.com.br/noticia?n=92f62f995dccb410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD
    - http://enfinterativa.blogspot.com.br/2015/02/sindrome-de-burnout.html

    ResponderExcluir
  2. Flávio! sou um ser humano que mora em brasília e estava querendo entrar em contato contigo. Algo rápido de cinco minutos: um autógrafo, elogios mal elaborados e um pouco de conversa ''afiada''. aguardo ansiosamente sua resposta... meu e-mail é kalilcarlos@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
  3. MÔNICA PRADO TORRES11 de maio de 2015 às 10:09

    O pior disso tudo é o que vem ocorrendo dentro das estatais e funcionalismo público que não podem simplesmente demitir esse ou aquele empregado ao mero prazer... Seja por causa de uma incompatibilidade com um gerente, incompatibilidade de função ou até mesmo por posicionamento político, o empregado é exposto aos mais variados tipos de humilhação até que adoeça ou até mesmo se suicide... Quando a perseguição é política o caso se agrava, porque vai além da relação de trabalho... Eu nunca pensei que houvesse tamanha covardia, e não sei se a tortura psicológica é menos ou mais agravante do que a tortura física... Não defendo nenhum tipo de tortura, mas na época da ditadura as torturas eram mais prévias, e as vítimas não sofriam por tantos anos até se suicidarem ou se tornarem dementes... Não é uma simples questão de se prender a um trabalho, mas sim de manter o mínimo de recursos para sobreviver... E o que mais me espanta não é o grito dos que me ofendem, mas o silêncio dos que assistem, e que não são poucos...

    ResponderExcluir
  4. ww1.folha.uol.com.br/mundo/2015/05/1627412-nova-york-protegera-manicures-apos-nyt-denunciar-condicoes-de-trabalho.shtml

    ResponderExcluir