quarta-feira, 27 de maio de 2015

27 de maio de 1840...



Como até os taxistas e os açougueiros já esperavam, nenhuma noticia sobre os 175 anos da morte de Paganini. 
O jornal principal de Nice (NICE MATIN) exibe como manchete principal um otário fazendo uma selfie com o título: Selfie XXL. Já o de Genova (IL GIORNALE), dá na primeira página uma idiotice sobre Voto inquinato e a lenga-lenga de um padre sobre exorcismo…





Sempre é bom lembrar que a mídia (jornalistas e editores) consciente ou inconscientemente têm ao longo da história tanto mistificado e sacralizado idiotas como lançado no anonimato alguns gênios...
Como escreveu o jornalista Albert Londres já em seu In Terre d'ébène (La traite des Noirs, de 1929, parágrafo que está na primera página do livro Nous sommes CHARLIE (Librerie Genérale Française, 2015), publicado recentemente depois do massacre no Charlie: 
"Je demeure convaincu qu'un journaliste n'est pas un enfant de choeur et que son rôle ne consiste pas à précéder les processions, la main plongée dans une corbeille de pétales de rose. Notre métier n'est pas de faire plaisir, non plus de faire du tort. Il est de porter la plume dans la plaie"
VIVA PAGANINI E SEU ATEISMO!

3 comentários:

  1. MÔNICA PRADO TORRES27 de maio de 2015 às 13:26

    Prezado Ezio, eu concordo plenamente com o que escreveu Albert Londres, mas nós sabemos que os jornalistas e seus editores sempre estiveram, e sempre vão estar, a serviço do grupo "dominador"... Por alguns instantes eu até achei que os jornalistas tinham alguma autonomia sobre suas matérias, mas no início desse século, 2001/2002, após o homicídio da minha filha, eu resolvi falar sobre o assunto, e a única jornalista que teve coragem de encarar a minha matéria sumiu após a publicação de um comentário em uma coluna do JB... Detalhe, quando residi em Brasília, conheci vários jornalistas importantes, frequentei as rodas nos bares com o pessoal do Clube da Imprensa, redigi matérias para alguns deles, mas quando fui "exilada" eles também me isolaram, sob as mais variadas desculpas... E pouco tempo depois, "por coincidência", estavam todos promovidos, publicando seus livros, lançando seus filmes, e ocupando cargos no governo... Se o homem é manipulável - vende-se - o que falar dos meios de comunicação? Seja no Brasil, Itália, França ou qualquer outro lugar, quase todos têm seu preço, e quando o dinheiro entra pela porta, os valores saem pela janela... Viva Paganini !!! Esse foi coerente !!!

    ResponderExcluir
  2. é uma pena mesmo Mônica, poucos são os que não se vendem. Estes não trabalham nos grandes jornais, fazem voto de pobreza por assim dizer. (se bem que os que mais exploram jornalistas sao as grandes empresas de comunicação) Há muitos que, ou se vendem, ou são podados e precisam publicar o que mandam o patrão. Hoje a maior parte de donos de jornais não são jornalistas, são apenas patrões e são muito poderosos. Ai de quem publicar algo que os contrariem. Bazzo é um dos poucos a denunciar os que ficam no esquecimento, os grandes e geniais escritores e outros gênios que são 'esquecidos' em detrimento de outros bocós, só por que é moda. Na música então, só temos lixo. Bandas brasileiras que são sucesso absoluto no exterior, são desconhecidas aqui, acho que muitas vezes é pura inveja, já nos disse Bazzo, especialmente na Literatura, mas na música é pior. Tem coisas óticas tocando lá fora. Estamos sempre sob censura no Brasi...

    ResponderExcluir
  3. MÔNICA PRADO TORRES1 de junho de 2015 às 14:58

    Durante os meus cinquenta anos de vida eu frequentei e convivi com as mais variadas pessoas: classes sociais, profissões, opções sexuais, etnias, nacionalidades, idades, religiões, naturalidades, e os mais polêmicos partidários... Apesar de toda a violência, tortura e perdas que eu sofri, eu sempre tentei levar a vida com muito humor, talvez como uma forma de esconder e aliviar o sofrimento... Porém encontrei nos partidos políticos de extrema direita e esquerda os chamados "cães raivosos"... O pessoal da esquerda carrega o trauma de terem sido torturados e perseguidos; e o da direita carrega o ódio daqueles que se opuseram a eles... O tempo passa, mas o rancor de uns pelos outros não passa, e perpetua-se nos seus descendentes... Enquanto isso, todos continuam se perguntando de que lado eu estou... Bem, se for para dividir em tendência político partidária, eu diria que minha vida acabou em 1995 quando começou o exílio e os assassinatos, ou seja, durante o governo de direita...Porém a partir de 2002 houve a troca de governo e a esquerda assumiu o poder, mas a perseguição e os assassinatos perpetuaram-se... Isso quer dizer que para mim são todos iguais independente da sigla estampada em seus peitos... Não existe essa de direita ou esquerda; existe quem está ou não no poder: - opressores e oprimidos; torturadores e torturados; exploradores e explorados; articuladores e vitimados; e as empresas e os empresários junto com quem está no poder...E no meio desse turbilhão de medíocres estou eu: ex-petroleira, ex-profissional, ex-assessora técnica, ex-mãe, ex-mulher, ex-professora, ex-atleta, ex-sobrevivente, APARTIDÁRIA, e perseguida porque rejeitei suborno em uma licitação em 1995... PONTO FINAL. PRECISO SER MAIS CLARA?

    ResponderExcluir