sábado, 14 de setembro de 2013

Da espionagem, das armas químicas... e dos sepulcros caiados...

Já estão ficando pra lá de ridículas as discussões e as embromações  a respeito da espionagem e das "denúncias" de que os gringos teriam bisbilhotado esta pátria e etc. 
Ora!, com esse espanto e com esse bafafa todo, é de se perguntar: o que será de nós na hora em que redescobrirmos (ou relembrarmos) que esta é a função principal de cada uma das dezenas de embaixadas estrangeiras que nos cercam e que os chineses, os russos, os israelenses, os alemães e até os bolivianos  estão todos por aí há décadas, cada um com seus espias e com suas antenas permanentemente ligadas? 
Além do que, essa prática (sem falar do voyerismo) é tão antiga como a fábula de Adão e Eva, casal que, aliás, também teria sido espionado em sua mais profunda intimidade até pelo Grande, onipresente, onisciente e onipotente arquiteto desse imenso e solene abatedouro!
Falar em ética, correr para o muro das lamentações, implorar ou exigir que o outro se retrate e não mais nos espione é, além de puerilidade, uma singeleza de donas de casa. 
Numa sociedade e numa civilização em cujo cerne ainda hiberna a hiena sanguinária, onde todo mundo faz o teatro do sepulcro caiado e onde qualquer cretino pode ir a esquina e contratar um "detetive", cabe ao próprio sujeito fechar a janela de sua caverna se não quiser que o sujeito da caverna vizinha contabilize, um por um, todos seus anseios, crimes, tramóias e desvarios...   
E por falar em sepulcro caiado, também é cômica e esquizóide a discussão sobre as armas químicas da Síria, arsenal pra lá de abominável que todas as outras Nações, por mais Santas que aparentem ser, também o possuem. Por outro lado, é impossível identificar alguma diferença séria entre os genocídios praticados com gás, dos perpetrados com mísseis, com flechas, pauladas, Napalm ou a base de baionetas... Convenhamos, ninguém tem duvidas de que a simples posse desses arsenais e desses venenos é uma aberração tão desprezível e criminosa quanto seu uso, e que nestes tempos de cólera e de confusão, qualquer charlatão já dispõe de elementos suficientes para concluir que para o bem do planeta e para a felicidade geral, é desejável que esta espécie não demore muito a desaparecer...

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