quinta-feira, 16 de maio de 2013

Ecumenismo do sofrimento...

A hipocrisia do mundo a respeito da guerra na Síria é impressionante. Estão há quase um ano fazendo conferências (as conhecidas reuniões de delicados petimetres) sobre o assunto... truque para deixar o tiroteio ir comendo solto, vender munição e saturar os cemitérios... 
Agora a França e os  franceses estão alarmados com a recessão! Recessão!? O que é isso? Agora a OMS diz que há um novo vírus por aí, o tal coronavirus. Vírus? O que é isso!? A mendigada que habita aqui pelos arredores do Velho Porto nem toma conhecimento dessas bobagens e quer mesmo é que o mundo se exploda!!! (para não dizer que se foda!!!) Ali em Cannes, o festival de narcisismo está no auge. Cada ano o cinema reedita as mesmas chatices, apenas filmadas de outros ângulos... e mesmo assim, não lhe falta clientela. Um único filme por ano já estaria de bom tamanho... Descobri que Dom Pedro II esteve por aqui duas vezes, uma em 1863 e outra e 1888. Segundo a nota, o ilustre lusitano falava e escrevia um monte de idiomas que ia do português e do sânscrito ao tupi-guarani... Observem como falar idiomas não significa nada e como a erudição, quase sempre, é uma merda... Jean Genet, aquele pederasta que escreveu Nossa Senhora das flores, Diário de um ladrão e etc., começou sua vida de viadagem aqui em Marseille, logo ali na rue Bouneterie, antigo antro de prostituição. Circulei por lá e só me deparei com sete ou oito amorosas velhinhas que iam para algum lugar (ou para nenhum) carregadas agora apenas pela luxúria do vento. Foram inúmeros os escritores e intelectuais que passaram e deixaram registros de suas impressões sobre esta cidade, fundada há 600 anos antes do mito de Cristo. Até Schopenhauer (em sua adolescência) deu um giro por Canebière. Einstein fugiu das garras de Hitler por este porto e Simone de Beauvoir começou como professorinha de filosofia nas escolas daqui. Relata suas experiências marseillaises em La force de l'age... 
A tv acaba de noticiar que encontraram por aí o corpo de um homem dentro de um carro carbonizado. Digo ao monsieur do hotel que no Brasil esses casos já nem são mais noticiados.. Ele acha que estou exagerando ou que pertenço a alguma nova escola de cíniques...

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