segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Luxúria, ira e avareza são os três portões do inferno... Assim fala o Bhagavad Gita...

Asaram Bapu é um dos milhares de gurus que dão à Índia aquele ar de fim de mundo recheado de mistérios, pétalas, sininhos e de loucos! Um fim de mundo que, muito mais pelo seu hashish de que pelos ensinamentos dos Vedas, do Bagwan Rashnish ou do Kamasutra, foi o paraíso e o inferno de muitos jovens adolescentes, hippies, filhinhos de papai entediados, moças desmioladas e outros bichos, lá pelos anos 60, 70. Não foram poucos os ocidentais que para fugirem de famílias desvairadas ou até das repugnantes ditaduras ocidentais daqueles anos foram vagar e vagabundear por aquelas estradas, morar num cortiço em Benares ou acampar como indigentes às margens do Ganges... Muitos, evidentemente, ficaram por lá mesmo, esquizofrenizados e sem identidade, outros, a mamãezinha teve que ir tirar de uma gaiola ou de uma clínica... e transformá-los em donos de boutiques, mauricinhos ou yuppies aí pelos nossos shoppings... Realidade trágica? Com certeza, mas ninguém pode negar que foi uma época fascinante!
Com o estupro e morte da estudante Jyoti, na semana passada, a Índia quase pegou fogo, com as mulheres indo finalmente às ruas decididas a interromper de vez com uma "tradição" secular de arengas, de abusos e de violência contra elas... Acho que não conseguirão... Pois até os livros "sagrados" estão repletos de maldições em contrário...
Para o guru mencionado acima  - por exemplo - a garota foi tão culpada pelo ocorrido quanto seus agressores. "Ela deveria ter chamado os estupradores de irmãos e implorado para que parassem! Ter sido mais gentil com o grupo, se quisesse preservar sua dignidade e sua vida!"... Receitou o iluminado líder espiritual, sem parecer estar dando muita bola a bobageira de Krishna no velho Bhagavad Gita (16.21), segundo a qual a luxúria, a ira e a avareza são os três portões do inferno... 
A receita desse guru, aliás, nos é familiar, e muito parecida com as de duas distintas autoridades aqui no país sobre o mesmo assunto, lembram? Uma, dirigindo-se ao estuprador, receitou: estupra mas não mata!!! Já a outra, mais sensível, dirigindo-se à vítima, recomendou que, se fosse possível, relaxasse e gozasse!!!
Brâmane ou pária, guru ou bandido, crápula do sétimo dia ou cafajeste da primeira envergadura, ladrão bem sucedido ou um zé ninguém qualquer... prestem atenção, como o mau caratismo é sempre o mesmo, indisfarçável e globalizado... 



6 comentários:

  1. Ontem estava lendo o que estes criminosos fizeram com esta moça e é de estarrecer. Quanta crueldade,quanta covardia, quanto canibalismo!

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  2. Voltando para o Brasil... Não é novidade para ninguém que os abusos domésticos que sofri durante a minha adolescência, durante muito tempo me despertou um certo "asco" pelas figuras masculinas, e que só foi diluídio depois de adulta. Há pouco tempo, conversando com um conhecido, esse tema surgiu, e eu comentei sobre o "silêncio" da família quando isso ocorre, como uma forma de "esconder" o caráter dos canalhas perante a sociedade; e quando ele me respondeu que era correto, e que isso é "normal", e que ocorre com mais freqüência do que é divulgado, no momento eu pensei em estar de frente de mais um psicopata, depois eu fiquei pensando que ele poderia estar certo, porque ainda há muito tabu sobre o assunto, e as famílias continuam jogando suas "merdas" para debaixo do tapete, e desfilando pelas ruas como bons samaritanos, seguidores de sua doutrina: católica, apostólica, romana, budista, protestante...

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  3. A Lei de Talião tem lá os seus encantos...Se esses criminosos filhos das putas, inclusive esses gurus de merda, fossem capados e executados, eu não teria pena! Assim como não tenho pena quando estupradores são sodomizados nas cadeias! Benevolência só com quem comete crime de menor potencial ofensivo...

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  4. Deveriam ser mortos a pedradas e por mulheres!!! Ainda seria pouco, acho!

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  5. "... Nosso comportamento frente aos condenados é a indicação mais segura de nossa civilidade..."

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  6. http://sociedad.elpais.com/sociedad/2013/01/12/actualidad/1358011685_147849.html

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