terça-feira, 27 de novembro de 2012

Psicologia de massas e analfabetismo...

Por coincidência, o circo da passeata de ontem no Rio de Janeiro (que reuniu malandros de todos os naipes) para pressionar o veto do projeto de lei que transfere parte dos royalties do petróleo a Estados e municípios não produtores, aconteceu exatamente no dia em que foi publicado o resultado da pesquisa (Ranking Pearson-EIU) que mede a qualidade dos sistemas educacionais pelo mundo. Entre quarenta países pesquisados, o Brasil ocupou o 39 lugar. Só ganhou da Indonésia. Que tal? E ainda existem mentirosos e farsantes de plantão que seguem por aí cacarejando que somos a quinta ou sexta (sei lá!) maravilha do mundo!!! Que somos a bola da vez!!! Ou que, como escreveu Stefan Zweig, antes de digerir sua cápsula de cianureto: o país do futuro!!! Balelas! Só faltou a esse nobre futurólogo explicar em que milênio do calendário judaico esse futuro estava situado... 
Se a presidente Dilma, a quem cabe vetar ou sancionar o tal projeto, tiver dúvidas da necessidade de deslocar parte desse dinheiro de Ipanema para outras regiões do país, basta dar uma volta aqui pela periferia do DF, pelas cidadezinhas medievas de Goiás, sobrevoar o interior do Maranhão, ler alguma coisa sobre a Idade da Pedra em que vivem milhões e milhões de brasileiros fodidos e mal pagos por todos os estados e municípios desse inferno tropical sem esgotos e sem água potável...
Mas voltando a falar sobre a passeata, (ou sobre a psicologia de massas) é curioso e melancólico ver como é fácil arrastar para as ruas cem, duzentas, quinhentas, setecentas mil pessoas, basta que se decrete feriado, que haja cachaça, uma cruz, um trio elétrico, bundas e apalpações... Ideologia que é bom... só mesmo entre o pessoal do PCC e outros correlatos... O que será que realmente anseiam esses rebanhos, recrutados do dia para a noite em troca de favores metafísicos ou de migalhas sociais? Resposta: precisam sentir que possuem um chefe, um chefete qualquer, mesmo que não tenha legitimidade, eleito ou não (é a mesma coisa), mas que defenda temporariamente seus instintos conservadores e sua devoção fetichista às regras vigentes do jogo, por mais esdrúxulas e imorais que elas sejam...   

3 comentários:

  1. Caro amigo, cá estou na terra dos royalties, ou melhor dizendo, no inferno que alguns chamam de "Cidade Maravilhosa", onde nasceu a tal "Lei de Gerson", e que esses infames têm orgulho de praticá-la. Quando eu soube da tal passeada, encerrei o meu expediente às 11:30h, e corri para tranqüilidade do meu lar, antes que fosse tarde demais, porque o Centro do Rio de Janeiro só não ficou pior porque estava chovendo. Uma cidade protagonizada por samba, mulatas, funk, favelas, carnaval e futebol, faz qualquer evento "pobre" tornar-se uma festa, ainda mais que concederam transportes gratuitos. E ainda ouvi a trocadora do ônibus comentar: - "Quero acabar logo com isso aqui (o expediente de trabalho), porque vou pro centro de gratis, que vai ter festa". Ou seja, ela nem sabia o que se estaria pleiteando, e assim conseguiram concentrar milhares de débeis para levantar a bandeira do veto... E o mais engraçado é ouvir alguns políticos dizerem que sem os royalties do petróleo os serviços públicos do Rio de Janeiro ficarão sucateados...Ontem mesmo eu ouvi uma médica, que trabalha em uma dessas escórias públicas, berrar que perdeu vários pacientes porque o hospital estava sem fio de sutura... As crianças das escolas públicas quando têm aula é apenas durante duas ou três horas do dia... Se essa merda já está toda sucateada, para onde está indo a atual arrecadação do petróleo? Tudo isso me enoja...

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  2. Eu penso no Rio de Janeiro da década de 60 e comparo com o Rio de Janeiro de hoje e constato que não há mais jeito. O Rio de Janeiro se tornou uma cidade citiada pela miséria e consequente violência, tráfego de drogas... uma cidade em plena decadência e que não mais se revigora.

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  3. Outro dia eu saí um pouco mais cedo, e como aqui temos o tal "horário de verão", às 17:00h o sol ainda brilha sobre a orla, e passeando pelo calçadão me deu saudosismo do passado vendo a bela paisagem em contraste com todas as mazelas de uma cidade falida... A beleza natural do Rio de Janeiro é fascinante, mas seus habitantes conseguiram destruir o que de mais belo havia... "Sujaram" uma pintura natural... E lembrei-me da minha adolescência quando saía da escola, e sentava-me no meio-fio, perto da areia, para observar o pôr o do sol... Sem medo, sem assombros, sem sustos, sem sujeira... É, acabou...

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