terça-feira, 30 de outubro de 2012

De furacões e de sandices...

Independente dos estragos, ninguém pode negar que um furacão é um dos mais fascinantes e viris espetáculos que se pode assistir aqui (da) e aqui (na) terra... Aquelas circunvoluções endiabradas, o ziguezague dos ventos e da tormenta, a mutação das formas ciclônicas, as cores atmosféricas em cólera, o cinza ameaçador, o ritual de sedução e de cumplicidade entre o sol, o vento e o mar. Aliás, tudo é engendrado lenta e silenciosamente pelo sol... Os redemoinhos, as pororocas, as águas salgadas pervertendo as doces... A inundação das florestas, das cavernas dos poços de petróleo.., a orgia entre todos os elementos e por fim a plenitude e a felicidade de ocupar as planícies, de subjugar os penhascos, de exibir o máximo de violência e um exagero de heresia e de potência... Clímax! Êxtase! Quase uma inspiração do mal, uma metástase civilizatória... e não há reza, cruz, patuás ou outros lero leros que a detenha!!! Desejo de reconquistar definitivamente terreno e espaço. De banir os dinossauros da modernidade com suas pobres necessidades, com seus geradores, seus edifícios e seus esgotos... Algumas horas de dilúvio e de gozo! O chiar das espumas, a fecundação do solo, a beleza do mundo alagado e às escuras... para depois, como se nada tivesse acontecido, acomodar-se no merecido repouso. A ressaca, a calmaria e o retorno à mesmice e à mediocridade quase eterna...
Um dos textos de Engels (citando um astrônomo italiano) que costumava ler nos intervalos das tantas e tantas escolas vagabundas por onde passei, e que seguramente fez mais por minha "percepção de mundo" do que qualquer outro, dizia exatamente isto: 
[... Podrán pasar millones de años, cientos de miles de generaciones podrán nacer y morir, pero llegará inexorablemente el dia en que, al agotar-se el calor del sol, no alcance para  fundir los hielos que avanzan desde los polos, en que los ombres que irán concentrandose más y más  junto al Ecuador, no encuentren tampoco allí el calor necesário para vivir, en que poco a poco vayan borrándose hasta los últimos rastros de vida orgánica y la tierra, convertida en una pelota muerta y helada como la luna, gire, hundida en profundas tinieblas y en una órbita cada vez más estrecha en torno al sol, también esfriado, para precipitar-se, por ultimo, en los espaços cósmicos...].

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