sábado, 21 de julho de 2012

Curinga ou Dois de paus???


Com os 40 milhões de dólares já embolsados com O Cavaleiro das Trevas e com Os Vingadores, a corja e os idiotas de Hollywood não terão dificuldades em convencer a turma alienada de cinéfilos, esses bobalhões histéricos e introspectivos, essa quantidade não negligenciável de imbecis que perderam a vida em filas de cinema decorando nomes de atrizes e de atores, de que: “arte é arte e pronto”; de que “a ficção não tem nada a ver com o mente assassina”;  de que “o atirador do Colorado é apenas mais um aloprado”; de que “a indústria do cinema sempre esteve preocupada com o processo civilizatório”; de que “o Batman, o Coringa e todos os pistoleiros vingadores são, além de nossos gurus, nosso EU IDEAL etc. Ah!, mas vingar-se de quê, afinal? E o pior é que talvez até estejam certos!!! E não pensem que o massacre naquele cinema diminuirá a voracidade nas bilheterias. Pelo contrário. Jovens e velhos, mocinhas e pós-balzaquianas depois de ruminarem seu tédio e seus biscoitos amanteigados se acotovelarão na sessão da meia noite de hoje... Quem sabe também ávidos por um consolo essencial, por uma aventura para suas almas litigiosas e até mesmo por uma rajada... Num mundo onde apenas Hollywood, os Banqueiros, as Igrejas e os Políticos é que dão as cartas, para a plebe, para a imensa maioria de bundões anônimos e de náufragos, morrer ou matar cinematograficamente é a única maneira de conseguir, pelo menos, ter o nome registrado em algum obituário ou em alguma penitenciária...

Mas Brasília, em questão de horrores, não fica para trás. Nesta semana mataram um agente da polícia federal com dois tiros na cabeça dentro do Cemitério Campo da Esperança, e exatamente no momento em que ele visitava o túmulo do pai. Quantas noites de sono Freud e sua curriola perderia para, neste planeta de provisoriedades, tentar elucidar e explicar toda essa terrível simbologia...

No mesmo dia encontraram num dos nossos famosos lixões o corpo de uma criança com o crânio amassado, braços e pernas amputados... Este, com certeza, o velho judeu nem se atreveria... Outra criança morreu com um tiro no tórax; um sujeito foi assassinado a pedradas, no velho e autêntico estilo bíblico..., outro a facadas etc., etc., etc. Quem é que, involuntariamente, não explode numa tenebrosa gargalhada quando, no meio dessa chacina interminável e desse espiral diabólico ouve algum babaca, algum morto-vivo, pronunciar a palavra socialismo ou humanismo???

5 comentários:

  1. Desejo sinceramente que as pessoas compreendam a importância do que você está postando aqui. Abraços

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  2. A minha pipoca sem bala, por favor...


    Toda coisa ruim é uma coisa ruim.
    Aconteça aqui ou numa sala de cinema dos Estados Unidos; envolva mulher curdas ou crianças mutiladas. O foco não muda a natureza dos fatos.
    Culpa-se a indústria cinematográfica por ter produzido violência demais, como se essa indústria fosse um ente capaz de pensar, agir e decidir por si só. Culpa-se aos amantes da sétima arte por sustentarem um monstro capaz de induzir massacres. Culpa-se aos “homens”, mas os homens somos nós. Todos nós.
    O que aconteceu recentemente numa sala de cinema do Colorado não é menos chocante simplesmente por os EUA exercerem uma política global de opressão e exploração. E não é mais grave do que crianças brasileiras sendo aliciadas pelo tráfico.
    É a mesma coisa. Dói do mesmo jeito, deixa marcas, despedaça existências.
    A diferença é que quando isso ocorre numa sala de cinema de um país de terceiro mundo, nós esbravejamos que é absurdo nos importarmos, que fazem isso conosco também, que há pessoas passando fome ao nosso redor, que a violência atinge a qualquer um. Gritamos que isso não importa para nos vingarmos. Nos vingamos do nosso terceiro mundismo através das vítimas do Colorado, dos tiros de Columbine, dos Jim Jones da vida. Achamos que isso nos deixa quites, exercemos nossa justiça de Talião e afirmamos que as dores e mazelas não são só nossas. Mas isso não muda nada.
    Na verdade quando olhamos para situações como essas e procuramos justificá-las é como dizer “calma, isso não é tão ruim”, ou “bem feito, nós bem que avisamos”. Só isso. Não melhora nada, não torna os EUA menos opressivos, e só permite que elaboremos teorias como “Agora eles provam o terror que impõem aos outros”. E teorizamos com pessoas. “Eles”nenhum foi baleado, nenhum deles foi preso com explosivos, nenhum ficou chocado por perder um parente. “Eles”é o mesmo aqui e lá e se sente seguro porque nós possibilitamos que estejam. Nos vingamos sempre nas pessoas erradas. Nas pessoas.
    A violência que gera toda a agressividade, a destruição, a dificuldade de convivência entre seres humanos, essa não acaba quando pessoas são baleadas no cinema. Ela não acaba quando não nos importamos com isso. Na verdade, é ao contrário.
    Me entristece saber que pessoas morreram em acidentes, com doenças sem cura ou em cinemas. Mesmo porque, para mim, “cinema” é um dos melhores lugares do mundo. Sinto muito por quem pensa que não.

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  3. Ao contrário do que muitos pensam, a célebre frase "Quando ouço falar de Cultura saco logo a pistola" não foi proferida por Goering ou Goebbels. "Sempre que me vêm falar de Cultura... retiro a patilha de segurança da minha [pistola] Browning" consta da peça de teatro ‘Schlageter’, escrita pelo nazi Hanns Johst.

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  4. http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,homem-e-preso-apos-ir-armado-assistir-a-batman-nos-eua,904404,0.htm

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  5. muito interessante.... me add no face

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