domingo, 17 de maio de 2009

A necessidade de subverter alguma coisa neste Reino de Amebas


Quem é que não sente uma chispa de alegria quando vê que o mundo não é feito apenas de grunhidos e nem só dos berros da manada que marcha para o matadouro? Devemos reconhecer que por mais raro que seja de vez em quando, aqui e acolá, algumas pessoas se impõem e se insurgem pela violência ou pelo sarcasmo ao sistema escatológico que se instalou no planeta e que parece irremovivel. É o que está acontecendo na pequena cidade de Linz, na Austria, com a Feira de Subversão.

Que ela nos sirva para lembrar que ao invés de ficar obrigando as crianças do Primeiro e do Segundo graus a lerem Lins do Rego ou Machado de Assis se deveria exigir de cada uma delas que, durante seu período escolar inventassem uma forma prática de DESOBEDIÊNCIA CIVIL. Os livros de Thoreau e não os de José de Alencar deveriam estar na mochila desses estudantes e o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, o Clero e a Mídia deveriam ser os principais alvos.

Depois, claro, se passaria para o Síndico, para o padeiro da esquina, para a família desvairada, para a escola-prisão, para os comerciantezinhos descarados que colocam veneno nos alimentos ou que falsificam remédios. Parafraseando a Alex Ross, só quando tivermos chacoalhado todo esse lixo e toda essa poeira imunda a justiça poderá ser feita.

Ezio Flavio Bazzo

2 comentários:

  1. brindemos com uma boa dose de arak, a aurora da boa reputação daqueles e daquelas indispostas com o conforto, indisponíveis aos valores que desejam ser universais, amantes de potências contra os destinos previamente reservados, e a todos e todas que não existem mediante o ressentimento! saúde! (فئ صحتك - fii sih-hitak!)

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  2. Boa iniciativa desses austríacos. Mas se até subversão vira Feira (de consumo), isso indica que ainda estamos longe de mudar alguma coisa na atual sociedade conformista.

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