segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Napoleão e os mosquitos da febre amarela


É compreensível que os obsessivos freqüentadores da água Mineral de Brasília estejam desolados com o fechamento do parque, mas é necessário reconhecer que os mosquitos que decretaram seu fechamento não são mosquitinhos quaisquer, pelo contrário, são personagens com um currículo respeitável e insólito.

Entre os tantos e epopéicos surtos que capitanearam pelo planeta a fora está, principalmente, aquele que atropelou Cristóvão Colombo pelas Caraíbas. Foram eles também que, infectados pelo vírus amarílico obrigaram a mudança de rota dos navios europeus no século XIX. Ao invés de ancorar no Rio de Janeiro, que naquela época era uma cloaca amofinada por nuvens de aedes albopictus, os navios passaram a irem diretos para Buenos Aires.

Por incrível que pareça, foram esses deploráveis e insignificantes insetos que dificultaram a construção do Canal do Panamá, que dizimaram as tropas francesas na região de Santo Domingo e que destruíram até mesmo o sonho napoleônico de avançar na direção da América do Norte.

Segundo nossos quase nada confiáveis arquivos sanitários o primeiro mosquito infectado teria chegado ao Brasil lá por 1680, via Olinda, em Pernambuco. Daí para o cerrado goiano foi só uma questão de desleixo público e de incompetência generalizada.

Ezio Flavio Bazzo

Um comentário:

  1. gosto de pensar nestes, aparentemente, míseros mosquitos como hospedeiros de seres que estão acima de nós na cadeia alimentar. seres de inteligências simples e elegantes e de feitos notáveis. por exemplo, conseguiram dizimar exércitos inteiros, como na batalha de kaffa (rússia) em 1347, ou na batalha de carolstein, alge das cruzadas. bactérias e vírus como agentes do planeta terra para exterminar sua maior ameaça: os seres humanos. ou... cólera, botulismo, peste, brucelose, febre amarela, febre tifóide e varíola como controladores populacionais.

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