quinta-feira, 26 de junho de 2008

Cruz das Almas!!!


Aqueles que há dois meses atrás ficaram indignados com as conclusões de um pesquisador brasileiro sobre a inteligência dos baianos, sobre a teoria de que tinham um Q.I baixo, que preferiam tocar berimbau porque esse instrumento só tem uma corda etc., ficaram confusos hoje vendo as imagens e as notícias da Guerra das Espadas no município baiano de Cruz das Almas. Aliás, o que se poderia esperar de um vilarejo com um nome desses? Que a imbecilidade esteja presente num ou noutro indivíduo sempre é previsível e até normal em qualquer lugar do mundo, mas que uma vila inteira seja tomada por um surto de burrice auto-destrutiva daqueles é realmente algo fora do comum. São momentos insólitos como esses, com a turba se agredindo no meio das faíscas e da polvorada que nos fazem lembrar daquele pensador para quem um estúpido é sempre um estúpido, vinte estúpidos são sempre vinte estúpidos e cem mil estúpidos o material indispensável para um partido, uma seita ou uma outra das tantas forças históricas.

Ezio Flavio Bazzo

domingo, 22 de junho de 2008

O que nos intreressa é a lista dos "LIMPOS"


Enquanto o STE não decide se divulgará a lista dos candidatáveis "sujos", nós que duvidamos que haja uma lista de candidatáveis "limpos" voltamos a ler o velho e lúcido Marcuse: a tolerância com a imbecilização sistemática de crianças e de adultos pela publicidade e pela propaganda, a libertação do espírito destrutivo ao volante dos automóveis, o recrutamento e treinamento de forças militares e para militares por todos os lados, a importante e benevolente tolerância com a fraude declarada no comércio, a política que como um imã atrai praticamente só canalhas, o desperdício e a obsolescência planejada não são apenas distorções e aberrações, constituem a própria essência de um sistema que fomenta a tolerância como meio de perpetuar a luta pela vida e de suprimir as alternativas. As autoridades em educação frequentemente se escandalizam e vociferam contra a delinqüência infantil, porém se escandalizam e vociferam bem menos contra a irresponsabilidade de velhos mentirosos, corruptos e gananciosos de toda uma sociedade.


Ezio Flavio Bazzo

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O dharma do pequeno Akihito


A vinda do príncipe japonês ao Brasil serviu para que nos lembremos ( e digo "nos" por pura amabilidade) do verdadeiro papel da máquina diplomática no mundo: NENHUM. Toda aquela baboseira de não olhar para os olhos, de não tocar e de não dirigir a palavra ao visitante foi por água a baixo. O pequeno Akihito, ele próprio, sem preocupar-se com a Shanga brasiliense, mandou às favas não apenas a frescura dos protocolos, mas inclusive o principal dos preceitos budistas: o de não matar, e de zelar por qualquer forma de vida. Diante do festim herético que lhe foi oferecido, com vacas, cabras e outros animais sacrificados, entre uma deglutição e outra, apesar do visível deleite, é bem provável que esse Príncipe dos céus, - ao lado do Príncipe de Garanhuns, ambos sem curso superior -, estivesse sendo devidamente atormentado por seu Dharma.


Ezio Flavio Bazzo